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Nº 5822
Política

Parlamentares s�o acusados de receber propina

Brasília – Após três anos de investigações, apreensões de documentos, quebra de sigilo bancário e escutas telefônicas, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal em Tocantins apontaram indícios de que sete deputados federais, dois senadores e dois e

Por | Edição do dia 26/11/2002 - Matéria atualizada em 26/11/2002 às 00h00

Brasília – Após três anos de investigações, apreensões de documentos, quebra de sigilo bancário e escutas telefônicas, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal em Tocantins apontaram indícios de que sete deputados federais, dois senadores e dois ex-deputados teriam recebido propina para liberar dinheiro do Orçamento da União. Há registros de comissões pagas mediante recibos. O Ministério Público enviou as provas obtidas à Justiça Federal e solicitou a abertura de inquérito policial para apurar o real envolvimento dos parlamentares em crimes como formação de quadrilha, peculato, lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos. Somente o procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, pode denunciar os parlamentares. Na última quarta, Brindeiro exonerou da chefia da Procuradoria da República em Tocantins o comandante da investigação, Mário Lúcio Avelar – o mesmo personagem que levou o ex-senador Jader Barbalho à prisão e coordenou a investigação que implodiu a candidatura de Roseana Sarney. Cópias de cheques No Tocantins, Avelar investigou aliados do governador do Estado, Siqueira Campos (PFL). O pefelista apresentou representação contra o procurador, acusando-o de oferecer denúncia sem provas. Entre os documentos apreendidos em empresas integrantes do suposto esquema, estão planilhas com o controle de pagamentos que teriam sido feitos a parlamentares, prefeitos e assessores, com o canhoto dos cheques emitidos, recibos de propinas que teriam sido pagas a deputados e cópias de cheques supostamente pagos a assessores e deputados. O Ministério Público apurou que o fluxo de caixa do suposto esquema de corrupção era centralizado na conta da Construtora Federal (ex-Mendes & Fachini), que recebia o dinheiro repassado às demais empresas. Daí, o dinheiro era pulverizado em diversas contas das empreiteiras e de seus empregados. Os recursos eram repassados depois para os demais eixos do crime. Coordenados por Avelar, os oito procuradores envolvidos na investigação elaboraram um organograma que mostra como operava o grupo. Os empresários e os políticos envolvidos definiam as obras a serem executadas, apresentavam a aprovavam as emendas ao Orçamento, preparavam os projetos técnicos, fraudavam as licitações e depois distribuíam o dinheiro desviado entre os membros do grupo. As emendas individuais beneficiam prefeituras financiando pequenas obras.

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