Miguel Arraes � citado na Conex�o Nordeste
Recife A Folha de Pernambuco teve acesso, ontem, ao depoimento na íntegra prestado ao Ministério Público Federal, por Alexandre Magero Araújo, responsável pelas denúncias sobre o envolvimento de políticos pernambucanos e de outros estados, no suposto es
Por | Edição do dia 28/11/2002 - Matéria atualizada em 28/11/2002 às 00h00
Recife A Folha de Pernambuco teve acesso, ontem, ao depoimento na íntegra prestado ao Ministério Público Federal, por Alexandre Magero Araújo, responsável pelas denúncias sobre o envolvimento de políticos pernambucanos e de outros estados, no suposto esquema de lavagem de dinheiro para o exterior. Ele ainda aponta a compra de imóveis em nome de terceiros, como foi publicado na revista IstoÉ, semana passada. A novidade está no surgimento dos nomes de Miguel Arraes (ex-governador e presidente nacional do PSB) e do deputado federal Carlos Eduardo Cadoca (PMDB). Ambos ainda não haviam sido citados no escândalo denominado Conexão Nordeste. No depoimento de Alexandre Magero, feito no dia 16 de outubro deste ano, é narrada a prática de supostos crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro, envolvendo altos valores, atribuídos a diversos políticos, dentre os quais os deputados federais Eduardo Campos (PSB e neto de Arraes), Ricardo Fiúza (PPB), Luciano Bivar (PSL) e Armando Monteiro Neto (PMDB), além do senador Carlos Wilson (PTB). Numa das páginas do documento, Magero explica que teria feito várias viagens ao Recife para ensinar como aumentar os valores a serem pagos via-precatórios. Precatórios Os precatórios citados pelo depoente seriam os mesmos da CPI que investigou a transação financeira que ocorreu em Pernambuco, na gestão do Governo Arraes (1996). Alexandre Magero informa, ainda, que Eduardo Campos trocava dinheiro com um cidadão chamado Josebias -amigo de Magero , que o enviava ao exterior para depositar em contas bancárias. Queremos que a Polícia Federal e o Ministério Público apurem essa denúncia até o fim. Todos nós sabemos que foi uma manobra política. Eles mexeram em muita gente, afirmou Eduardo Campos, criticando a revista IstoÉ. Segundo ele, a reportagem não fez questionamentos às declarações de Magero para colher detalhes, e, a partir daí, confrontar as informações. Já Miguel Arraes não fez qualquer comentário sobre o caso e Cadoca não deu retorno à reportagem. Preocupado com o envolvimento do seu nome no caso, o senador Carlos Wilson (PTB) declarou ser uma indignidade o que estão tentando fazer com ele.