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Nº 5824
Política

Metade dos empres�rios paga propinas a pol�ticos e servidores

São Paulo – Suborno, propina, gorjeta. Cerca de metade das empresas brasileiras já se viram “obrigadas” a fazer algum tipo de “contribuição” a políticos e servidores públicos em geral para tirar algum tipo de vantagem. Um trabalho realizado em conjunto pe

Por | Edição do dia 29/11/2002 - Matéria atualizada em 29/11/2002 às 00h00

São Paulo – Suborno, propina, gorjeta. Cerca de metade das empresas brasileiras já se viram “obrigadas” a fazer algum tipo de “contribuição” a políticos e servidores públicos em geral para tirar algum tipo de vantagem. Um trabalho realizado em conjunto pela consultoria Kroll e pela ONG (Organização Não-Governamental) Transparência Brasil revela que 48% das empresas já se sentiram forçadas a pagar algum tipo de pedágio para participar de licitações ou para escapar do pagamento de impostos. A cobrança de propina acontece em todas as áreas avaliadas pela pesquisa, com destaque negativo para “permissões e fiscalizações”, “polícia” e “licitações públicas”. Para os empresários ouvidos, policiais e fiscais tributários são os agentes púbicos com “maior probabilidade” de cobrar propinas. Os parlamentares aparecem um quarto lugar na lista dos mais corruptos, atrás dos funcionários responsáveis pela liberação de permissões. O estudo também revela que 70% das empresas já se sentiram obrigadas a contribuir para campanhas eleitorais. Mais da metade delas (58%) afirmou claramente ter recebido do político a promessa de receber alguma vantagem em troca. Longe de chocar, corrupção é até vista como normal em alguns casos. Essa prática, apesar de ilegal, é aceita por 33% das empresas ouvidas (um terço). Entre os empresários do setor de serviços, esse percentual passa para 40%. A maioria deles (72%) afirma, no entanto, contar com um código de ética ou conduta para coibir o pagamento de propinas e a aceitação de vantagens. Os empresários também fazem algumas sugestões para eliminar esse problema, todas relacionadas ao poder público. Para 86% dos entrevistados, é necessário aumentar a fiscalização. Cerca de 62% defendem a adoção de punições mais severas para os corruptores, enquanto que metade dos executivos apontam a reforma tributária como uma solução e pedem mais transparência do governo. Em uma escala que vai de 0 a 7, o nível de corrupção no Brasil é apontado como “mediano” (3,63). Há três anos, a nota da corrupção era 4,39. A expectativas de empresários da indústria e do comércio, é que essa prática possa ficar abaixo dessa média daqui a dois anos. Já os executivos do setor financeiro são mais pessimistas e acreditam no aumento da corrupção no curto prazo. A pesquisa foi realizada no início deste ano, com 92 empresas, entre comércio, indústria e setor financeiro. Um terço dos questionários foi respondido por funcionários de alto escalão (presidente ou diretor). Os outros, por advogados, auditores e analistas dessas empresas.

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