Política
Decis�o do TSE ressuscita id�ia de frente de esquerda

Brasília ? A nova regra das coligações, que obriga os partidos a repetirem nos Estados a aliança nacional, deu novo fôlego aos defensores de uma união das esquerdas na corrida presidencial. Um grupo de parlamentares do PT, do PDT e do PSB voltou a propagar a idéia de uma composição ampla. Um dos mais entusiasmados é o autor da consulta sobre coligações ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o líder do PDT na Câmara, Miro Teixeira (RJ), que encontrou eco, entre outros, no ex-líder petista Aloízio Mercadante (SP). ?Vamos ter de repensar o que a oposição deseja porque, desse jeito, nenhum de nós vai para o segundo turno?, diz o deputado Pedro Valadares (PSB-SE), representante do candidato e governador do Rio, Anthony Garotinho. Miro lembra que há dois anos vem insistindo, como um ?pregador no deserto?, na tese de que as esquerdas não podem ter esperança de chegar ao Planalto sem unidade. ?E quando falo em unidade, não me refiro apenas ao candidato único?, esclarece o líder, salientando que o principal é ter um programa que faça do candidato uma opção para os eleitores. O líder está convencido de que a circunstância imposta pelo TSE favorece a unidade que, a seu ver, não pode se resumir à sucessão. ?É incompreensível para o eleitor ouvir um partido dizer, no horário eleitoral nacional, que o outro é o caminho para o céu e, no dia seguinte, ver representantes do mesmo partido no Estado dizendo que votar no outro é pegar o rumo do inferno?. De acordo com Miro, o presidente do PDT, Leonel Brizola, tem acertado na organização de uma frente em torno de Ciro, mas isto não fecha a porta para que se tente uma aliança mais ampla. Como o PDT está coligado com o PPS na disputa presidencial, em uma aliança da qual também participa o PTB, as imposições do TSE podem ter resultado negativo para o pré-candidato Ciro Gomes.