Vereadores v�o entrar na Justi�a para suspender aumento do IPTU
A bancada de oposição da Câmara Municipal de Maceió vai entrar com uma ação judicial para suspender o reajuste acima da inflação nos valores do IPTU de todos os imóveis já existentes em 2001. A decisão, já anunciada na semana passada, foi confirmada ont
Por | Edição do dia 02/03/2002 - Matéria atualizada em 02/03/2002 às 00h00
A bancada de oposição da Câmara Municipal de Maceió vai entrar com uma ação judicial para suspender o reajuste acima da inflação nos valores do IPTU de todos os imóveis já existentes em 2001. A decisão, já anunciada na semana passada, foi confirmada ontem após a sessão que debateu o assunto, no plenário da Casa. O vereador Judson Cabral (PT) explicou que a ação pedirá a anulação dos reajustes dos impostos que superaram 7,19%, que é o índice da inflação. Além disso, todos os contribuintes que forem sofrer alteração no valor do IPTU terão que ser avisados com antecedência, no ano anterior da cobrança do tributo. O reajuste do IPTU deveria ter sido feito com base no Índice de Preço ao Consumidor (IPC), conforme determina a lei, frisou Cabral. Oposição e situação não chegaram a um consenso sobre a majoração dos valores do IPTU de 2002, mesmo com todas as explicações apresentadas pelos representantes da Prefeitura. Os técnicos sustentaram a posição de que a atualização da planta imobiliária não causou aumento de alíquota. Vereadores da oposição e representantes de entidades não-governamentais foram além e questionaram a legalidade da atualização, defendendo que os critérios não obedeceram a todas as exigências legais. Requisitos A principal argumentação da oposição, apresentada pelos vereadores Judson Cabral e Thomaz Beltrão (PT), é a de que o Código Tributário estaria sendo descumprido pelo fato de a Câmara de Vereadores não ter apreciado o processo de atualização da planta genérica de terrenos e prédios. O secretário de Finanças, Maurício Toledo, disse que a atualização atende aos requisitos legais. O trabalho da comissão responsável pela atualização foi iniciado há quatro anos e nunca houve questionamento da legalidade, explicou. Para os vereadores do PT, antes da implantação da atualização, a Câmara deveria obrigatoriamente ser ouvida. O tributarista Paulo Nicholas criticou duramente o reajuste ocorrido nos valores do IPTU em algumas áreas. O advogado chegou a conclamar a comunidade para um boicote. A cobrança do IPTU de 2002 é ilegal por ter descumprido várias exigências da legislação, portanto é passível de questionamento jurídico, afirmou Nicholas, que foi debatido pelo vereador Marcos Vieira, do PSB. Recursos De acordo com Vieira, a atualização se deu por meio de recursos tecnológicos de última geração e o trabalho dos técnicos da Prefeitura deveria ser reconhecido por todos. O secretário Maurício Toledo defendeu a lisura do trabalho de atualização da planta. Para ele, se há inconstitucionalidade, como sugeriu Paulo Nicholas, em alguma lei municipal, que verse sobre o tema caberá aos juristas e interessados argüir na Justiça. A Prefeitura deve se pautar pela legislação vigente e tomará as medidas necessárias caso haja um questionamento judicial, explicou Toledo. O secretário reconheceu que houve erros, mas disse que a cada reclamação formalizada na Secretaria, todas as correções têm sido efetuadas após o acompanhamento do caso. Os representantes das entidades civis e os vereadores questionam essa postura da Prefeitura. Cabe ao Executivo tomar todas as medidas técnicas e administrativas para se garantir correção nos cálculos do imposto. O que se está fazendo é imputar ao contribuinte um ônus muito pesado, considerou o vereador Judson Cabral.