Revisitar a história para que erros do passado não sejam repetidos no presente, e avaliar as consequências que atos danosos provocaram na construção da sociedade brasileira é o objetivo da Comissão Nacional da Verdade da Escravidão Negra no Brasil, que foi instaurada semana passada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Prestes a ampliar a discussão sobre a escravidão e suas consequências por diversos estados do país, inclusive em Alagoas, estado que foi rota da escravidão e berço de um dos principais quilombos de resistência, o trabalho pretende levantar informações relativas à escravização de africanos e descendentes expondo suas consequências para a formação social do país; e para os atos de discriminação e preconceitos que ainda estão presentes no Brasil democrático. Segundo o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/AL, Daniel Nunes, diante do cenário histórico e geográfico de Alagoas o estado deve ter um braço da comissão que fará um resgate sobre a escravidão não para punir, mas sim para reparar os danos provocados à população negra, que após anos de exploração foi fadada, em sua maioria, às consequências da pobreza e violência.