Morte de conselheiro comove�a classe pol�tica de Alagoas
A morte do conselheiro José Bernardes comoveu a classe política do Estado. Senadores, deputados, prefeitos e diversas outras lideranças lamentam a perda do amigo e do homem público. Aqueles que conviviam mais próximos dele desmarcaram os compromissos que
Por | Edição do dia 05/03/2002 - Matéria atualizada em 05/03/2002 às 00h00
A morte do conselheiro José Bernardes comoveu a classe política do Estado. Senadores, deputados, prefeitos e diversas outras lideranças lamentam a perda do amigo e do homem público. Aqueles que conviviam mais próximos dele desmarcaram os compromissos que teriam hoje só para participar do sepultamento em Maceió. O velório, que será no cemitério Parque das Flores, deve reunir várias autoridades estaduais e federais, além de membros da família, antigos conhecidos e populares. O ex-presidente da República, Fernando Collor de Mello, lamentou o falecimento de José Bernardes e solidarizou-se com a dor dos familiares e amigos. É enorme a perda que todos os seus amigos sentem neste momento. Que Deus receba Zé Bernardes com a paz e o amor que ele merece. O ex-senador Guilherme Palmeira, que atua como ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), deslocou-se de Brasília para Maceió ontem à noite. Bastante abatido, lembrou da época em que era governador de Alagoas e ajudou a lançar José Bernardes na vida pública, nomeando-o secretário de Saúde. Ele foi um grande secretário. Fez o melhor trabalho que o Estado tem conhecimento na área de saúde pública, afirmou. O presidente da Assembléia Legislativa do Estado, deputado Antônio Albuquerque (PTB), suspendeu a sessão que aconteceria hoje à tarde, para permitir que os parlamentares participem do enterro. Ele também decretou luto oficial de três dias naquele Poder, por se tratar do falecimento de um ex-deputado. Em nome dos membros da Casa, Albuquerque demonstrou grande pesar pelo falecimento de José Bernardes. Sensibilidade Para Guilherme Palmeira, o ex-secretário, que também foi deputado estadual, era um dos políticos mais proeminentes de Alagoas. Apesar de estar afastado nos últimos anos, continuava sendo ouvido por todos, por causa da sua sensibilidade e discernimento. Ele estava fora do meio político, mas nunca deixava os amigos sem cobertura e sem afeto. Pelo bonito trabalho que realizou também com a comunidade, o Zé vai fazer falta não só a gente, mas aos amigos da periferia, acrescentou. Outro grande amigo de Bernardes, o deputado Federal Thomaz Nonô (PFL) disse estar chocado com o falecimento. Segundo ele, os dois começaram juntos na Política, na mesma época em que Guilherme Palmeira ocupou o governo de Alagoas (1979-1982). O Zé foi secretário de Saúde e eu fui secretário da Fazenda. Mantínhamos uma amizade estreita até hoje, enfatizou. Para Nonô, o conselheiro foi um homem de espírito público durante toda a sua vida e em todos os cargos que ocupou. Era uma pessoa extremamente simpática, super bem relacionada, com grande capacidade de articulação e estimada por todos. Sua morte é uma perda para nós e para o serviço público, ressaltou o deputado pefelista. Outra liderança que convivia de perto com José Barnardes e lamentou profundamente a sua morte foi o ex-deputado Nenoí Pinto. A exemplo de Thomaz Nonô, ele também começou sua vida pública com ele. Perdemos um amigo, um administrador e um grande político. Quem chega ao cargo de conselheiro do Tribunal de Contas é porque cumpriu muito bem as missões que assumiu e honrou os cargos que ocupou. O Zé Bernardes era um homem experiente e seu trabalho sempre foi em defesa de Alagoas, ressaltou. O falecimento do conselheiro comoveu também políticos de esquerda, como o deputado federal Régis Cavalcante (PPS). De acordo com o parlamentar, o conselheiro do Tribunal de Contas sempre teve uma visão muito aberta e suprapartidária, mesmo no tempo da ditadura militar.