Bancada federal prev� agravamento da crise
O congelamento de quase R$ 70 bilhões do orçamento da União, detalhado na última sexta-feira pelo governo federal, vai complicar ainda mais o cenário financeiro de Alagoas, um dos Estados mais dependentes de Brasília e que já vinha sentindo as sucessivas
Por | Edição do dia 24/05/2015 - Matéria atualizada em 24/05/2015 às 00h00
O congelamento de quase R$ 70 bilhões do orçamento da União, detalhado na última sexta-feira pelo governo federal, vai complicar ainda mais o cenário financeiro de Alagoas, um dos Estados mais dependentes de Brasília e que já vinha sentindo as sucessivas quedas de repasses no último ano. A previsão, bastante lógica, preocupa a bancada federal alagoana, principalmente em relação às áreas da saúde e educação, cujos ministérios estão entre os três mais afetados com o contingenciamento. Durante o anúncio, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, explicou que o corte não será linear, apesar de alcançar todas as pastas. O Ministério das Cidades é o mais atingido, com R$ 17,23 bilhões de economia forçada. Em seguida vem o Ministério da Saúde, com R$ 11,77 bilhões contingenciados, e em terceiro lugar o Ministério da Educação, onde o corte passa dos R$ 9,2 bilhões. Barbosa, no entanto, não deu detalhes sobre quais ações serão prejudicadas. Segundo ele, isso será decidido por cada ministro. Para a bancada alagoana, Alagoas sofrerá com a queda de recursos. Uma das preocupações é saber se o contingenciamento será proporcional ao orçamento dos estados ou se o corte será igual para todos. O governo federal tem que fazer de tal forma que trate os desiguais de maneira desigual, senão ele comete injustiça. Espero que tenham bom senso para haver diferenciação [no tratamento aos estados], destaca o deputado federal Ronaldo Lessa (PDT). O deputado João Henrique Caldas (SD), o JHC, considera que o Estado já vinha sentindo os efeitos de um contingenciamento não anunciado e que a situação, agora, só tende a piorar. Alagoas já está sentindo. Na prática, isso já estava acontecendo, com a diminuição de investimentos, de repasses, diz. Alagoas, lamentavelmente, é um Estado federalizado, que precisa muito da ajuda do governo federal. Então, quando o governo federal não vai bem, Alagoas sofre, talvez até mais que outros estados, porque não temos recursos próprios. Agora a situação vai se agravar. A previsão negativa, inclusive, não é refutada por Paulão (PT), principal porta-voz e defensor do governo federal no Estado. O deputado reconhece que Alagoas será penalizada, mas ameniza lembrando que todo o País passa pela mesma situação. É uma realidade nacional. Como o Nordeste, principalmente Alagoas, tem dependência das verbas federais, é claro que o Estado terá dificuldade. Mas isso é fruto do que a gente está atravessando na conjuntura econômica, devido à crise internacional, afirma.