Ficha Limpa completa cinco anos de vig�ncia
A busca por mecanismos para blindar a sociedade da ação de políticos corruptos que mesmo após depenarem os cofres públicos eram premiados com mais um mandato resultou numa das maiores mobilizações já vistas no País. Como resultado, nascia, há cinco
Por | Edição do dia 14/06/2015 - Matéria atualizada em 14/06/2015 às 00h00
A busca por mecanismos para blindar a sociedade da ação de políticos corruptos que mesmo após depenarem os cofres públicos eram premiados com mais um mandato resultou numa das maiores mobilizações já vistas no País. Como resultado, nascia, há cinco anos, a lei 135/2010, mais conhecida entre a população como Lei da Ficha Limpa. Para a chegar ao status de lei, o caminho foi difícil, mas empolgante, visto que vários segmentos da sociedade civil organizada, a exemplo de entidades como a OAB, igrejas e organizações não governamentais, ganharam as ruas em busca de assinaturas para pressionar o Congresso Nacional. Foi nesse cenário que foram protocoladas pouco mais de 4 milhões de assinaturas, entregues em recheados carrinhos de supermercado na Câmara dos Deputados, para que fosse criada uma emenda popular. Como o caminho seria demorado, já que as assinaturas necessitariam de confirmação, os deputados se articularam e elaboraram o texto, juntamente com os vários segmentos. Entre os envolvidos diretamente com a redação estava o juiz Marlon Reis, que fez uma verdadeira cruzada pelo País. A lei veio para ficar porque surgiu da pressão popular. O aprimoramento também se dará com o acompanhamento de todos nós, destacou Marlon. Ele lembra que a lei é um dos instrumentos que a sociedade possui, mas a reforma política também é essencial. Integrante do mesmo movimento fundado pelo magistrado, o advogado Adriano Argolo, representante do Movimento de Combate ao Crime e à Corrupção Eleitoral (MCCE), também enaltece o avanço da lei para o País. A lei pegou e veio para ficar. No Brasil, tem disso. Mas ela veio com a força do povo e das entidades. É a lei mais popular da história jurídica brasileira, disse, lembrando a cena do dia do protocolo das assinaturas colhidas. Essa marca, para o integrante do MCCE, deveria ser ainda mais explorada, para que o cidadão perceba que tem força de transformar a realidade com debates de interesse público.