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Nº 2
Política

Debate sobre g�nero esconde a gravidade dos casos de bullying

Alessandro* tinha 8 anos de idade e cursava o 3º ano do Ensino Fundamental numa escola pública de Maceió quando o problema começou, no ano letivo passado. Os xingamentos e a exclusão vindos dos colegas na sala de aula se agravaram e culminaram em agressõe

Por | Edição do dia 21/06/2015 - Matéria atualizada em 21/06/2015 às 00h00

Alessandro* tinha 8 anos de idade e cursava o 3º ano do Ensino Fundamental numa escola pública de Maceió quando o problema começou, no ano letivo passado. Os xingamentos e a exclusão vindos dos colegas na sala de aula se agravaram e culminaram em agressões físicas dentro e fora do ambiente escolar. Franzino e de temperamento calmo, o menino considerado “afeminado” pelos colegas não revidou com violência os socos e chutes recebidos. A reação veio em forma de choro, pânico e desestímulo para frequentar as aulas. O caso, real, aconteceu na Escola Municipal Rui Palmeira e não acabou em tragédia graças ao trabalho conjunto da equipe pedagógica da unidade, que conseguiu reverter a situação de forma surpreendente por meio do diálogo. Alguns dos profissionais que se envolveram no caso já haviam sido sensibilizados quanto à problemática da discriminação, preconceito e violência relacionados aos gêneros masculino e feminino. O Plano Municipal de Educação de Maceió (PME), aprovado em 2012, prevê a formação dos trabalhadores nas “temáticas de direitos humanos, inclusão social, orientação sexual, equidade de gênero, [...] violência no meio escolar”, entre outros temas transversais, com o objetivo de capacitá-los a lidar com situações como a vivida por Alessandro na escola. “A gente chamava ele de gay, baitola, veadinho, por causa do jeito dele”, contou Eduardo*, um dos agressores, que apesar de cinco anos mais velho do que Alessandro era seu colega de turma. “Um dia, um menino deu um soco na barriga dele. Outra vez chutaram pelas costas depois da escola. A ‘tia’ Josefa [professora] sempre tentava me ensinar as coisas certas, mas eu passava por cima dela. Mas ela não desistiu, continuava conversando comigo, sempre me orientando”, relatou Eduardo. A persistência da professora Josefa Costa, com o apoio da equipe, mudou a postura de Eduardo e fez dele um multiplicador do respeito e da tolerância no ambiente escolar.

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