Preju�zo com crise em usinas chega a R$ 3 bi
O governo do Estado negocia a compra das sobras da safra de cana-de-açúcar para alimentar animais de pequenos produtores do Semiárido alagoano. A medida de apoio aos plantadores que enfrentam a crise do setor sucroenergético foi anunciada pelo secretário
Por | Edição do dia 01/07/2015 - Matéria atualizada em 01/07/2015 às 00h00
O governo do Estado negocia a compra das sobras da safra de cana-de-açúcar para alimentar animais de pequenos produtores do Semiárido alagoano. A medida de apoio aos plantadores que enfrentam a crise do setor sucroenergético foi anunciada pelo secretário de Agricultura, Pesca e Aquicultura, Álvaro Vasconcelos, durante a audiência pública de ontem na Assembleia Legislativa Estadual (ALE). Na sessão, representantes dos trabalhadores, fornecedores de cana e usinas cobraram dos governos federal e estadual medidas de apoio ao setor, que perdeu R$ 3 bilhões em receitas nos últimos três anos. A compra do excedente da última safra de cana, segundo o secretário Álvaro Vasconcelos, também beneficiará os agricultores familiares do semiárido, que têm dificuldades para alimentar os animais. O governador quer comprar a cana dos fornecedores que não conseguiram vender para as usinas. Através da Asplana e das cooperativas, vamos negociar essa compra para minimizar o sofrimento do fornecedor e ajudar os produtores do Semiárido que não têm como alimentar seus animais, anunciou para o plenário lotado de trabalhadores. A negociação será feita nos próximos dias, segundo Vasconcelos, entre a secretaria, a Associação dos Plantadores de Cana de Alagoas (Asplana) e cooperativas de fornecedores. Na sessão, o deputado Ronaldo Medeiros (PT) sugeriu a criação de uma frente parlamentar para acompanhar o setor sucroenergético nos apelos aos governos. Já conversei com o presidente [da Assembleia] Luiz Dantas (PMDB), que concordou. Vamos apresentar um requerimento de criação da frente parlamentar, afirmou. A criação de uma Câmara Setorial foi sugerida pelo secretário de Agricultura. Ficamos órfãos quando o IAA [Instituto do Açúcar e do Álcool] fechou. Hoje não temos ninguém protegendo o fornecedor de cana e o trabalhador rural, disse Vasconcelos.