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Nº 5759
Política

‘Vamos avan�ar investindo recursos pr�prios do Estado’

A folha de pagamento do funcionalismo de Alagoas está em pouco mais de R$ 230 milhões. Representa 49,65% da receita líquida do Estado. Isto é acima do que determina a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que estabelece que os gastos da folha devem ficar

Por | Edição do dia 14/07/2015 - Matéria atualizada em 14/07/2015 às 00h00

A folha de pagamento do funcionalismo de Alagoas está em pouco mais de R$ 230 milhões. Representa 49,65% da receita líquida do Estado. Isto é acima do que determina a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que estabelece que os gastos da folha devem ficar em 49% da Receita. Esses números foram divulgados pelo próprio governador Renan Filho (PMDB) ao fazer o balanço de seis meses de governo. Enquanto não aumentar a receita, o governador disse que o Estado fica impedido de realizar concursos públicos e aumentar despesas com a folha. Ao contrário de outros estados cujos governadores suspenderam pagamentos a fornecedores e atrasaram a folha de pessoal, Renan Filho garantiu os pagamentos em dia dos compromissos. Ele comemorou os resultados positivos no combate à violência e anunciou investimentos na Segurança, Saúde e na Educação com recursos próprios do Estado. O governador conversou com os jornalistas sobre os efeitos da crise econômica, a redução de repasses federais e a cobrança de impostos dos ricos de Alagoas, durante visita ao Porto de Maceió. Gazeta. Qual o balanço dos seis meses de gestão? Renan Filho – Nesses seis meses conseguimos colher bons resultados e estamos trabalhando duro para estruturar os programas fundamentais de desenvolvimento do Estado. Os alagoanos querem mudanças na Saúde, na Segurança e na Educação, e é o que estamos fazendo. Na Segurança reduzimos os homicídios, roubos de carros, de bancos, de casas, de motocicletas, reduzimos todos os indicadores de violência em Alagoas. Eu prometi na campanha tirar de Alagoas o título de estado mais violento do País, esse é um objetivo de quatro anos e devemos alcançar isto no primeiro ano de governo. O senhor enfrenta uma das maiores crises econômicas e financeiras nacionais. A crise chegou e o governo federal admite isso. O governo de Alagoas perdeu quanto com essa crise? O Estado perdeu arrecadação, não nominal. Estamos registrando um crescimento na arrecadação em relação ao ano anterior, mas muito menor que o previsto. E com relação aos repasses federais? Os repasses federais foram reduzidos. Estamos fazendo um esforço muito grande para manter os repasses. Por exemplo, o Ministério da Integração é um dos grandes repassadores de recursos para o Estado porque é quem toca as obras do Canal do Sertão, adutoras, e até o ano passado repassou R$ 350 milhões. Este ano conseguimos garantir mais R$ 340 milhões. Precisamos lutar para não ter redução de recursos e para isso tem sido fundamental o trabalho da bancada federal e a cobrança do governo em Brasília. E o governo federal? Lógico que o governo federal tem feito um esforço para não reduzir os investimentos para Alagoas. Mas sem dúvida, se estivéssemos vivendo outro momento econômico, estaríamos colhendo mais recursos fruto da aliança política que mantivemos e da proximidade que temos com o governo federal. Mas estamos, sim, vivendo um momento delicado e de luta para manter os investimentos. Qual o setor que mais sofre com a crise? A crise é real, atinge vários setores, gera desemprego no comércio e na construção civil, afeta o setor sucroalcooleiro de forma decisiva porque dificulta capitação de recursos internacionais e nacional. No Banco do Nordeste , por exemplo, há dificuldade de captar recursos para estruturar a produção do setor ou para garantir a manutenção das indústrias, fazer novos plantios de cana-de-açúcar, a crise afeta demais. E o desafio desta questão? Estamos vivendo um momento de escassez. Num momento como este, o governo precisa ser criativo. Primeiro, temos que garantir todos os pagamentos em dia. Eu tenho rodado o Brasil, recentemente estive em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul e vi as dificuldades que eles enfrentam por lá. O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB/ RS), editou um decreto suspendo o pagamento a fornecedor para garantir a folha em dia. Vários estados atrasaram a folha, por isso temos que trabalhar com muita sobriedade e com tranquilidade para garantir o amplo funcionamento do Estado e é o que estamos fazendo. Como fazer sem recursos federais? Além de buscar recursos federais, estamos fazendo investimentos com recursos próprios. Eu tenho anunciado recursos do Detran para investimentos na segurança, vou anunciar um plano de investimentos na saúde com recursos próprios. São coisas que não se via antes. Aliás, o Estado teve muitos recursos anteriormente, teve até dinheiro de empréstimos, para fazer investimentos e, ao meu ver, não fez investimentos nas áreas fundamentais. Investiu muito pouco em Educação, em Saúde e não estruturou o sistema de saúde e investiu quase nada em segurança. Se for observar, as delegacias, os batalhões das PM e do Corpo de Bombeiros, a Perícia, a obra do IML que estava parada e agora estou tocando com recursos próprios, tudo isso teve uma grana alta de empréstimos e não foi feito o que se precisava. E agora estamos tendo que fazer com recursos próprios e num momento de crise. E com relação a reajuste? Eu tenho conversado com os servidores. Recentemente todos acompanharam as negociações com a polícia e garanti para eles o mesmo reajuste dos servidores, mas para sair no mês de dezembro. Os outros servidores vão receber a partir do mês de maio. É lógico que eu gostaria de dar um aumento maior às categorias. Mas a gente tem que tratar as coisas com responsabilidade. O mais importante, neste momento, é garantir o pagamento do servidor, do fornecedor e fazer os investimentos necessários para melhorar a vida das pessoas.

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