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Nº 5759
Política

Collor p�e em xeque argumentos de Rodrigo Janot

Como integrante da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, o senador Fernando Collor (PTB) inqueriu, em sessão do colegiado ontem, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que passou por sabatina na Casa antes de ter o nome aprovado em plenár

Por | Edição do dia 27/08/2015 - Matéria atualizada em 27/08/2015 às 00h00

Como integrante da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, o senador Fernando Collor (PTB) inqueriu, em sessão do colegiado ontem, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que passou por sabatina na Casa antes de ter o nome aprovado em plenário para mais um mandato à frente da Procuradoria Geral da República (PGR). Fernando Collor mostrou aos colegas senadores diversas irregularidades cometidas pelo procurador, a exemplo de advogar contra a Petrobras, mesmo sendo integrante do Ministério Público Federal (MPF), além da celebração de contratos milionários sem licitação, nomeação de servidores de forma irregular e divulgação, para a imprensa, do conteúdo de delações premiadas. De posse de documentos do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o senador Fernando Collor revelou que Janot advogou para uma empresa que havia apresentado uma ação contra a Petrobras. Na sabatina, Janot apresentou uma versão que, inclusive, foi colocada em xeque pelo próprio Collor. Em seguida, o procurador argumentou que sua atuação seria legal. Durante a sabatina, o senador também se reportou à empresa Oficina da Palavra – que presta serviço para a PGR –, afirmando que a mesma foi contratada por Janot de forma irregular, com dispensa de licitação. O senador mostrou, ainda, que um sócio da empresa foi nomeado por Janot para um cargo de confiança na Procuradoria. Ao longo dos últimos meses, reforçou Collor, os contratos sem licitação ultrapassaram os R$ 940 mil. Após solicitar documentos ao MPF, Fernando Collor mostrou também que o procurador autorizou o aluguel de um luxuoso imóvel no Lago Sul, em Brasília, e, meses após os pagamentos com recursos do erário, o local nunca foi utilizado. No primeiro momento, Rodrigo Janot chegou a dizer que não houve prejuízo. Contudo, na sequência, Collor mostrou os documentos do MPF que apontam os gastos do órgão com reformas e outros serviços. O aluguel é de R$ 67 mil mensais. Outro ponto destacado por Collor diz respeito à nomeação do sócio da empresa Oficina da Palavra, Raul Pilates Rodrigues, para um cargo de confiança no gabinete do procurador. Raul foi responsável pela primeira campanha de Janot ao cargo de procurador-geral. Mais uma vez, Janot tentou negar irregularidades. Porém, um documento contendo a razão social da empresa, segundo Collor, comprova que Raul Pilates ainda é sócio. VAZAMENTOS Ainda na sabatina, o senador criticou a “parceria entre o procurador e os grandes meios de comunicação”, reportando-se mais uma vez à divulgação de conteúdo de delações premiadas. Collor também leu despacho do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, que aponta que os vazamentos das informações relativas a investigados são de responsabilidade do MPF, apresentando manifestação de servidores do órgão que externa a preocupação da classe com a recorrência dos referidos vazamentos. No debate, Collor apontou também uma ligação entre Janot e uma ‘série de relações criminosas’, havendo, inclusive, a suspeita de que o procurador acobertou o próprio irmão, Rogério Janot Monteiro de Barros, procurado pela Interpol por crimes contra a ordem financeira na Bélgica.

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