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‘Bandido precisa saber que h� pol�cia nas ruas’

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Além dos números, um discurso enérgico foi o que mostrou o secretário de Segurança Pública do Estado, Alfredo Gaspar de Mendonça, na audiência pública de ontem na Câmara de Vereadores de Maceió. Entre explicações sobre a dinâmica de trabalho das forças de segurança e ?recados? aos criminosos, Gaspar afirmou que Alagoas caminha para terminar o ano com 500 homicídios a menos que em 2014 e disse que o governo começará a convocar as reservas técnicas das polícias em dezembro. ?Sairemos de um patamar de 2.100 mortes para o patamar de mais ou menos 1.700. É muita morte? É uma guerra civil? É. Mas há dez anos Alagoas não baixava de 2 mil mortes por ano. Não se faz milagre, mas a polícia tem trabalhado com o propósito de salvar vidas?, disse. Apesar de afirmar que a secretaria revisará a operacionalidade de ações de inteligência como a que resultou, na última sexta-feira, na morte de dois policiais, Alfredo Gaspar revelou que, no geral, o plano de segurança não terá grandes alterações. ?A Segurança Pública vem trabalhando com planejamento dentro de uma norma já preestabelecida. Não faremos grandes modificações porque estamos tendo resultado nos índices de criminalidade?, justificou. O secretário ainda rebateu as críticas sobre a morte dos suspeitos de executarem o cabo Alison Ferreira e o soldado Anderson Marques e disse que não admite policiais criminosos, mas tampouco aceita ?entregar a cabeça? de seus homens: ?A polícia não sai de casa para matar, ela sai para cumprir a lei. A Segurança correu atrás deles para prender. Se eles morreram, é porque entraram em confronto com o aparelho estatal?. Trabalho de redução da criminalidade ?Quando recebemos a segurança, não recebemos apenas com aumento de homicídios, mas também de tráfico de drogas, posse e porte de arma de fogo, crimes patrimoniais ? como assalto a coletivos, invasão a residências, roubo de celulares, de veículos de passeio e de carga ? e diversos outros delitos em ascensão. Traçamos metas a serem cumpridas e três eixos principais conjuntamente com todas as forças. Nossa primeira perspectiva, ainda em janeiro, foi traçar metas para salvar vidas. Esse foi o papel principal do planejamento: haver menos mortes na população de Alagoas, e na de Maceió como consequência. A segunda meta foi combater sistematicamente os traficantes, e aí entram os traficantes da Ponta Verde e os das grotas, sem exceção. A terceira meta foi o combate aos crimes patrimoniais como um todo. Estamos mantendo esses eixos mês após mês, porque continuam sendo as três prioridades. Tivemos o mês de janeiro ainda com muita alta no número de homicídios, mas já com cerca de 10% abaixo dos homicídios de janeiro do ano passado. Saímos de 222 para 208 homicídios. Depois avançamos e tivemos, de fevereiro a outubro, uma constante de redução. Caímos do patamar de 208 para 130, 140 homicídios. Caímos por volta de 22% no estado, e um pouco mais em Maceió. Saímos de 66 mortes por 100 mil habitantes no ano passado e vamos fechar o ano por volta de 47 a 49 mortes por 100 mil habitantes. Isso significa, no presente momento, que estamos com mais de 400 vidas salvas. E não é para comemorar. Ainda se mata muito, mas está se matando 400 pessoas a menos do que o mesmo período do ano passado. E antes de discursos vazios de quem quer que seja, essas 400 vidas a menos não foi de ninguém da Ponta Verde, do Aldebaran. São vidas salvas de menino pobre, preto, favelado, porque a investigação e a ostensividade permitiu isso?. Previsão de 500 homicídios a menos que em 2014 ?Essa polícia que tanto se critica é a mesma que vai permitir que se chegue ao fim do ano, pelo trabalho dela, com quase 500 vidas de alagoanos salvas. Pais e mães anônimos deixarão de enterrar 500 filhos. E esse mérito não é do secretário. Para o ano, nem sei se serei secretário. É o mérito de instituições permanentes que precisam de reconhecimento. Iremos retirar Alagoas e Maceió do primeiro lugar de crimes de homicídios. Sairemos de um patamar de 2.100 mortes para o patamar de mais ou menos 1.700. É muita morte? É. É uma guerra civil? É. Mas faz dez anos que Alagoas não baixa de 2 mil mortes por ano. Não se faz milagre, mas a polícia tem trabalhado com o propósito de salvar vidas?. Apreensão de drogas, armas e redução de roubos ?Incineramos, em setembro, um pouco mais de drogas do que Alagoas apreendeu em todo o ano passado. Logo depois já fizemos duas grandes apreensões de 150 quilos. Estamos com uma redução de mais de 25% nos roubos a carro em Maceió e uma recuperação de 70% dos veículos roubados, dependendo do mês. Até agora, o quantitativo de armas de fogo apreendidas esse ano tem 800 armas a mais que em todo o ano passado. E vamos ser um dos pouquíssimos estados do país a fazer rastreamento de arma de fogo. Do momento em que a arma for apreendida até ser destruída, saberemos onde ela se encontra, como forma de controlar o armamento apreendido. Não estamos felizes pela incidência dos crimes, mas a polícia não tem parado de trabalhar?. Convocação da reserva técnica em dezembro ?Temos muitas deficiências. Uma delas é a questão da reserva técnica. Nos últimos dois meses, já começamos a fazer estudos, determinados pelo governador, para essas convocações. Esperamos começar a convocar a reserva técnica da Polícia Militar em dezembro. O governador determinou que fosse feito um cronograma de chamamento, a PM está fazendo esses estudos e iremos apresentar ao governador, mas o sinal verde dele já foi dado. A mesma coisa com a Polícia Civil: temos aproximadamente 87 policiais civis em lista de espera e o governador reconhece a necessidade de chamá-los. Iremos convocar em etapas, porque o Estado, infelizmente, ainda não está com capacidade financeira para fazer uma convocação única, mas há o compromisso do governador de não deixar ninguém de fora. A única reserva técnica que não garantiremos chamar a todos é a dos delegados. São por volta de 80 candidatos e uma parcela considerável será chamada, dentro das necessidades da Polícia Civil. É claro que se puder chamar a todos, será uma grande vitória, mas não podemos garantir. Ninguém mais do que nós deseja que essa reserva técnica venha para nossa casa, mas isso tem que ser feito com responsabilidade, porque temos salários a pagar?. Melhoria da estrutura ?Temos sérias dificuldades estruturantes. Mas o governador vai apresentar, em novembro, o plano de segurança com investimentos de mais de R$ 100 milhões. Os recursos do Detran serão usados para estruturar a segurança. Entregaremos o novo IML [Instituto Médico Legal] em 2016. O laboratório da Perícia Oficial deve estar pronto esse mês e deve receber os equipamentos que estavam encaixotados há mais de um ano e iam voltar para o governo federal. A Polícia Civil segue reformando unidades, mas nossa intenção é construir 30 delegacias novas?. ?Não estou apenas abatido, estou revoltado? ?Isso [a execução de policiais do Serviço de Inteligência] não me deixou apenas abatido, me deixou revoltado com as circunstâncias de covardia em que duas pessoas foram mortas. Coincidentemente, essas duas pessoas eram grandes servidores públicos que estavam arriscando suas vidas para permitir que o Estado Democrático de Direito fosse cumprido. E eu digo isso porque eles foram àquele local gravar, filmar para permitir uma representação judicial. Ou seja, seria muito mais fácil o ?pé na porta?, arrancar as armas dos criminosos e prendê-los. Mas a Segurança Pública trabalha com responsabilidade, buscando os meios legais. E foi nessa busca dos meios legais que nossos homens foram assassinados?.

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