Política
PMDB, PSDB e PSB unidos para derrotar PT

ARNALDO FERREIRA A política de coalizão arquitetada pelo governador Ronaldo Lessa (PSB), que reúne PMDB, PSDB, PCdoB, PPS, PDT e mais 12 partidos nanicos, apresenta resultados práticos e visíveis. O principal deles: a governabilidade está garantida. Os reflexos da coalizão são nas articulações para as eleições municipais de 2004. Os dois maiores partidos políticos de centro-esquerda: PMDB e o PSDB anunciaram que vão disputar as principais prefeituras do Estado aliados com o PSB, do governador. Os três partidos ? PMDB, PSDB e PSB - querem construir uma candidatura forte para derrotar a ascensão do PT. O Partido dos Trabalhadores também se prepara para enfrentar o que pode ser a sua maior batalha eleitoral dos últimos anos em Alagoas. A vitória política na maioria dos municípios deve melhorar o prestígio do partido que anda em baixa em Brasília e Alagoas. A estratégia para as eleições municipais já começou e tem um ritmo frenético nos bastidores. Tucanos O presidente do PSDB alagoano, senador Teotonio Vilela Filho, por exemplo, ajuda na reorganização dos diretórios municipais, abre a campanha de novas filiações e prepara os tucanos para 2004. Porém, não pretende disputar as eleições municipais. O senador assegurou à GAZETA DE ALAGOAS que não será candidato a prefeito de Maceió como queriam alguns dirigentes do seu próprio partido. ?Vamos lançar candidatos a prefeito na maioria dos municípios. Onde não for possível faremos aliança, preferencialmente com o PSB?. Em Maceió, o PSDB trabalha nomes de pré-candidatos prefeitos, dentre eles o do industrial João Tenório; do secretário municipal de Habitação e secretário-geral do Partido, Claudionor Araújo; do presidente do diretório municipal, vereador Jorge VI. Mas, o partido só investirá numa dessas candidaturas se as pesquisas mostrarem viabilidade eleitoral, acredita Jorge VI. ?Onde o PSB não tiver candidatura própria fará aliança com o PSB?. PMDB e as bases A maior liderança do PMDB, o senador Renan Calheiros, articula nos bastidores para dar maior substância ao partido. A relação com o governador Ronaldo Lessa continua em ?lua-de-mel?. A estratégia do partido e de Renan é atrair antigas lideranças, reativar os diretórios, aumentar a base na Assembléia Legislativa onde já há quatro deputados e a perspectiva de atrair mais dois ou três parlamentares. Semanalmente, Renan percorre as bases no interior, ou quando não fica grudado no telefone em conversas infindáveis com prefeitos e vereadores. A conversa, geralmente, passa pelas estratégias das disputas de 2004. Ele incentiva os diretórios municipais a buscar novos quadros, fortalecer candidaturas majoritárias e orienta o partido a lutar por mais cadeiras nas câmaras municipais. Sobre as eleições municipais, Renan descarta a possibilidade de ele participar do processo. Alerta ainda que o momento é de conversar, buscar a aproximação com a sociedade, escutar as aspirações das comunidades e construir um programa com linhas objetivas de desenvolvimento. O senador defende como princípio que os partidos devem sentar, montar um programa conjunto e depois buscar o melhor nome. ?O PMDB vai apresentar candidaturas próprias, onde não for possível faremos alianças, preferencialmente com o PSB?, diz Renan. Nanicos Os partidos nanicos se alojaram dentro de pequenos cargos no governo estadual e municipal e não querem saber de indisposição com Ronaldo Lessa ou Kátia Born. Chegaram a ensaiar uma candidatura unificada. Mas, tudo não passa de balão de ensaio para manter a estratégia de barganha política ou oferecer laranjas, como fizeram nas últimas disputas eleitorais. Dentre os nanicos, só o PMN assume a possibilidade de ter candidato a prefeito. O presidente do partido, pastor Ildo Rafael, sustenta: ?Sou candidato a prefeito. Estou credenciado pela periferia?, diz. Socialistas O presidente do partido Socialista Brasileiro (PSB), médico Jurandir Bóia, confirma a estratégia de uma ampla aliança para as disputas das eleições municipais na maioria dos 102 municípios. Não descarta nem a possibilidade de aliança com o PT. Bóia diz que seu partido tem quatro pré-candidatos a prefeito: os deputados federais Givaldo Carimbão e Maurício Quintela, o vice-prefeito Alberto Sexta-Feira e o vereador Marcos Vieira. ?Os quatro têm boa aceitação popular, a simpatia do governador Ronaldo Lessa e da prefeita Kátia Born e um deles será escolhido na convenção do partido e apresentado aos partidos aliados?. Petistas As correntes e as tendências petistas já vivem em clima de inferno astral. Como não se entendem e não conhecem a palavra ?consenso? a disputa deve ser traumática como das outras vezes. Segundo a presidente do diretório municipal, Claudia Amaral, o partido tem quatro pré-candidatos para enfrentar a força do centro-esquerda formada pelo PMDB, PSDB, PSB e os nanicos. Os candidatos são: senadora Heloísa Helena, deputado Paulo Fernandes dos Santos ?Paulão, vereador Judson Cabral e o cardiologista Aliomar Lins. ?Vamos fazer uma pesquisa para identificar a melhor candidatura. Mesmo assim, o candidato terá de passar pela convenção do partido?, disse Claudia Amaral, ao revelar que o candidato será escolhido através dos votos de cerca de 800 convencionais. ?As prévias do PT devem acontecer em novembro?, disse a presidente do diretório municipal: ?O PT não terá candidato a prefeito com projetos pessoais. Nosso candidato precisa apresentar compromisso coletivo?. Ela descartou aliança com o PL, PMDB e PSB e disse que seu partido vai conversar com o PCdoB, PDT, PPS, PSTU e PPS. Conservadores Há 12 anos, as forças conservadores perderam espaço na prefeitura de Maceió. Mas continuaram forte na Câmara dos Vereadores. Hoje, lança candidatos apenas para marcar posição. Na última eleição, os conservadores apresentaram a candidatura do deputado José Thomaz Nono (PFL) que obteve apenas 1% dos votos. O vice-presidente do PFL alagoano, deputado federal Rogério Teófilo, disse que o partido começa a discutir eleições municipais na segunda quinzena de maio. Neste momento, o partido renova os diretórios.