Política
Movimentos populares reclamam do Judiciário

Enquanto juristas renomados, desembargadores, presidentes de tribunais superiores se reúnem para debater questões que passam principalmente pelas dificuldades que declaram enfrentar no dia a dia da magistratura, movimentos populares, organizações sociais, sindicatos e redes de defesa dos direitos humanos realizam, nesta quinta e sexta-feira, uma série de atividades em Maceió sobre a relação entre justiça e direitos humanos. Fazem o questionamento contrário ao que vão debater os juízes e reivindicam um Judiciário democrático, bem diferente do que é pregado por quem comanda entidades de magistrados. É um contraponto ao Congresso da Associação Brasileira dos Magistrados (AMB), e tem como lema ?A justiça que queremos!?. Hoje, às 9h, os organizadores concedem uma coletiva no Sindicato dos Jornalistas de Alagoas (Sindjornal). Às 14h, haverá ato público no calçadão do comércio, em frente ao antigo Produban, no Centro. ?A sociedade fala que Justiça temos e queremos. É um ato de diálogo dos movimentos e sindicatos com a população?, informam as lideranças do movimento. A programação segue às 19h, com o debate sobre ?Judiciário e ameaças à democracia?, lançamento de pesquisa ?Porteiro ou guardião? O Supremo Tribunal Federal na agenda política das organizações de direito?. Em material informativo encaminhado à imprensa, os organizadores, entre eles a Central Única dos Trabalhadores (CUT/AL), afirmam que: ?Embora o anúncio do Congresso seja da presença de ?significativos nomes do Direito, do Poder Judiciário e da sociedade civil?, como consta no site institucional do congresso [da AMB], a atividade conta com, quase exclusivamente, a participação de parlamentares de partidos conservadores, representantes de setores econômicos e juristas?, afirmam, ao declararem que o congresso da AMB é patrocinado pelo governo federal, instituições financeiras públicas, como a Caixa Econômica, associações do comércio e empresas, entre elas uma ?corporação do setor de saúde que responde por diversas ações judiciais e é financiadora de campanhas eleitorais?. Citam ainda os organizadores o que chamam de ?abusos cometidos pelo Judiciário? e citam ?a influência indevida de empresas no sistema de Justiça e a violação ao princípio de independência do Judiciário brasileiro, que tem sido objeto de denúncia de organizações de defesa de democratização da Justiça?.