Política
Pacientes de HIV sofrem com a falta de medicamentos em Alagoas

A falta de medicamentos destinados à prevenção e tratamento das infecções oportunistas tem dificultado ainda mais a vida dos pacientes diagnosticados com HIV/Aids em Alagoas. A situação tem prejudicado mais de 7.500 pacientes e levou a Defesa Civil a ingressar com uma Ação Civil Pública contra o Estado a fim de garantir que a distribuição seja regularizada. A questão já vinha sendo discutida pelo órgão desde outubro do ano passado, quando, em uma reunião com representantes da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), foram solicitadas providências para contornar o problema. Sem nenhuma solução mesmo após três meses do encontro, os defensores optaram por cobrar na Justiça a manutenção dos direitos dos usuários. O desabastecimento afeta pacientes em todo o estado, inclusive represando cerca de 5 mil testes de HIV. Ao todo, 36 remédios são citados na Ação Coletiva. Eles são utilizados para o tratamento de doenças como herpes, candidíase, sífilis, toxoplasmose, escabiose e criptococose, todas condições oportunistas relacionadas a complicações da Aids. De acordo com uma resolução estadual da Comissão Intergestores Bipartite, a aquisição é de responsabilidade da Sesau. Já a distribuição é feita em unidades despesadoras. Em Maceió, os Serviços de Assistência Especializada (SAEs) estão instalados nos Hospitais Hélvio Auto, Universitário e PAM Salgadinho. A compra utiliza repasses anuais do governo federal, que ficam na casa dos R$ 2 milhões, voltados para ações de vigilância, prevenção e controle das DST/Aids, incluindo medicamentos. Para os defensores Karina Bastos e Daniel Alcoforado, responsáveis pelo processo, isso demonstraria a cobertura financeira para tal. Mas a Secretaria de Saúde informa que parte dos fármacos já foi adquirida pelo Estado. Em nota, o órgão esclarece que, dos 36 medicamentos, 22 estão disponíveis para distribuição aos usuários. Já para os demais itens está sendo concluído o processo licitatório para regularizar o fornecimento.