Assembleia vive fase mais ‘independente’

Em mais de 20 anos de submissão ao Executivo e aos outros poderes, a Assembleia Legislativa Estadual (ALE) quer ser um poder independente. A submissão ocorria de forma discreta e dentro de um processo de articulação e fisiologismo dos antigos parlamentares. Nesta legislatura, a maioria dos 27 deputados demonstrou reação ao eleger a Mesa Diretora sem a interferência dos Poderes. O novo presidente da Casa, Marcelo Victor (SDD) representa a vontade soberana dos deputados, avaliou o ex-vice-presidente da ALE, deputado Francisco Tenório (PMN), que se coloca abertamente a favor da independência. O fisiologismo era a marca popular do Legislativo. A maioria dos deputados ocupava secretarias e cargos de outros escalões nos poderes. A cooptação dos parlamentares ocorria de diversas formas - a principal era a oferta de cargos. Hoje, pelos corredores da Assembleia, os deputados, quando são questionados, bradam ?somos independentes?. Isto, porém, não quer dizer que são oposição ao governo do Estado muitos menos aos outros Poderes. Pelo contrário. O MDB, por exemplo, dono da maior bancada com seis deputados, está dividido e nem todos andam satisfeitos com o governador Renan Filho (MDB). O motivo principal foi o desligamento de parentes de parlamentares de cargos comissionados do governo.