Política
PFL quer explica��es do governo sobre espionagem em minist�rio

Brasília ? O presidente do PFL, Jorge Bornhausen, considerou da ?maior gravidade? notícias publicadas ontem na imprensa sobre a contratação pelo Ministério da Saúde de uma empresa especializada em espionagem e contra-espionagem. ?Isso não se justifica?, afirmou ele, dizendo que o Ministério tem a sua disposição os serviços da Polícia Federal, da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e ainda pode solicitar a qualquer momento as empresas telefônicas que façam varreduras em suas instalações. O PFL, que está rompido com o governo, ?certamente vai querer as devidas explicações?, disse Bornhausen, encarregando os líderes do partido na Câmara e no Senado a darem andamento às providências. ?Devemos cuidar da nossa democracia?, justificou o senador em entrevista coletiva. O líder do PFL na Câmara, deputado Inocêncio Oliveira (PE), deu a seguinte resposta ao ser questionado se Serra poderia estar envolvido com a contratação da empresa: ?Nós temos responsabilidades para não colocar suspeitas sobre ninguém. Nós não temos o intuito de desestabilizar ninguém e nem de colocar ninguém na rua da amargura, de denunciar por puro denuncismo?, afirmou. Contrato confirmado O ministro da Saúde, Barjas Negri, disse que várias outras empresas e órgãos têm contratos com a Fence Consultoria Empresarial para detectar a existência e desativar possíveis grampos nas linhas telefônicas. Negri confirmou a contratação da Fence pelo ministério. Segundo ele, o contrato foi feito para dar segurança aos trabalhos de técnicos e secretários do Ministério da Saúde em negociações de preços de vacinas e medicamentos. De acordo com a assessoria do ministério, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), Supremo Tribunal Federal (STF), Superior Tribunal Militar (STM), Tribunal de Contas da União (TCU), Caixa Econômica Federal, Ministério de Esporte e Turismo, Correios e Itaipu Binacional já tiveram ou ainda mantêm contratos com a Fence. O ministro não revelou se foram encontrados grampos alegando que precisava manter a segurança da pasta.