Política
Governo exige que PT vote pelas reformas

Brasília - O governo fechou questão e não admitirá que deputados petistas votem contra as propostas da reforma da Previdência e tributária na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Exigirá ainda a mesma fidelidade dos parlamentares dos partidos aliados. Para garantir unanimidade da votação, o PT substituirá na CCJ os deputados João Fontes (PT-SE) e Antônio Carlos Biscaia (PT-SP), que se posicionaram contra a cobrança previdenciária dos servidores aposentados. ?Quem lá estiver (na CCJ) terá de votar de acordo com o governo?, disse o deputado professor Luizinho (PT-SP), à saída do Planalto, onde participou de uma reunião de quase duas horas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sete ministros, o presidente da CCJ, Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), e outros líderes petistas. Luizinho assegurou também que Lula não está disposto a mexer no texto da Previdência. ?Eu não vou alterar, não vou mexer nas propostas porque elas não são apenas minhas, mas também dos 27 governadores?, disse o presidente na reunião, de acordo com o deputado. ?Temos convicção de que o texto é constitucional?. Lula apelou aos ministros e líderes para que façam um esforço no sentido de esclarecer os deputados e a opinião pública de que, na Reforma da Previdência, o governo não está mexendo com os trabalhadores do setor privado, mas do público. ?Há uma confusão generalizada que precisa ser esclarecida?, afirmou o presidente, dirigindo-se ao chefe da Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica, Luiz Gushiken, a quem pediu que ajudasse nessa missão. Coube a Greenhalgh fazer, durante o encontro, um relato detalhado das contestações feitas pelos deputados na CCJ. A cada questionamento, o ministro da Previdência Social, Ricardo Berzoini, apresentava as explicações. ?Então, vamos esclarecer os deputados. Tem de informar. As pessoas precisam saber o que realmente mudará?, insistiu Lula. Ele reiterou a necessidade do esforço de votar, ainda este ano, as duas reformas. ?É preciso combinar a necessidade de esclarecimento com o esforço de votação este ano, porque o ano que vem é de eleição?. A previsão do governo é que, mesmo começando a votação pela reforma tributária, no fim de maio, a idéia é que as duas estejam aprovadas na CCJ nas primeiras semanas de junho.