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Após polêmica, Balbino demite família

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Luiza Barreiros Repórter Após a repercussão nacional da declaração do presidente da Câmara dos Deputados, deputado Severino Cavalcanti (PP-PE), de que se tivesse mais filhos, os nomearia também para cargos públicos, o vereador Alan Balbino (sem partido) decidiu dar o exemplo e demitir os quatro parentes que tinham emprego em seu gabinete na Câmara Municipal de Maceió. Pela primeira vez, vi a população falar de forma veemente contra a prática do nepotismo, comentou ontem o vereador, logo após ter encaminhado dois dos quatro pedidos de exoneração ao presidente da Câmara, vereador Arnaldo Fontan (PFL). Os outros dois já haviam sido encaminhados no fim de fevereiro. Dos 14 cargos comissionados que o vereador tem direito de preencher em seu gabinete, quatro eram ocupados pela irmã, o irmão, a cunhada e a filha do parlamentar. O maior salário do gabinete - de Assistente Parlamentar símbolo CCP-1, de R$ 2.821,08 - era da irmã de Balbino, Naira de Omena Balbino. O irmão do vereador, Alfredo Antônio Balbino, ocupava o cargo de Assistente Parlamentar, símbolo CCP-3, com vencimento líquido de R$ 819,87, mesmo cargo ocupado pela filha do vereador, Lívia Monteiro Balbino. A cunhada do vereador, Ruth Vieira de Carvalho, foi exonerada do cargo de Adjunta de Gabinete, símbolo CCP-4, no qual tinha salário líquido de R$ 441,23. Os parentes, segundo ele, serão substituídos por universitários, e uma empresa de consultoria ficará responsável pela prestação de contas do gabinete, antes controladas por uma irmã do vereador. Balbino diz que, apesar das exonerações terem ocorrido agora, não tem a consciência pesada por ter empregado dois parentes em seu gabinete desde o primeiro mandato, em 2000. Eles sempre trabalharam muito, tinham a minha confiança e foram cobrados pelo salário que recebiam, justificou. O vereador afirmou ainda que sentiu que deveria ser sincero com a sociedade. A sociedade repudia o nepotismo e depois do caso Severino, eu quis dar o exemplo, do mesmo modo que foi feito pelo senador Geraldo Mesquita [P-Sol-AC], que demitiu o parente que tinha empregado em seu gabinete, disse. ### Prática é usual na Câmara de Maceió Em janeiro, a Gazeta mostrou que vários vereadores reforçam o orçamento familiar empregando parentes. Além de Balbino, foram citados na reportagem o vereador Zé Márcio (PTB - quatro parentes, entre eles a mulher e o filho), Carlos Ronalsa (PMDB - um irmão), Dudu Holanda (PTB - três irmãos), Marcelo Victor (PTB - quatro parentes), Eduardo Canuto (PV - dois parentes) e Berg Holanda (um parente). Também é comum na Câmara, a prática do nepotismo disfarçado. O vereador Davi Davino (PSDB), por exemplo, nomeou para seu gabinete os filhos de dois colegas vereadores. Em troca, seus dois filhos ganharam lugar no gabinete dos colegas. Gustavo Adolfo Santos Laranjeiras, um dos filhos do vereador Walter Pitombo Laranjeiras, o Toroca (PTB), foi nomeado assessor parlamentar de Davino. Galba Novaes de Castro Neto - filho do vereador Galba Novaes de Castro Filho (PL) -, também foi lotado no gabinete de Davi Davino, para desempenhar a função de assessor parlamentar. Troca-troca Em troca, o vereador Galba Novaes nomeou para o seu gabinete o filho de Davi Davino, João Davino Neto, e o vereador Toroca nomeou a filha de Davi Davino, Kamila Miranda Davino, para o mesmo cargo de assessora parlamentar. O vereador Gerônimo Ciqueira também tentou disfarçar o nepotismo. Nomeou Eudócia Barbosa da Silva para o cargo de assessora parlamentar. Só que, na portaria publicada no Diário Oficial do Município, foi omitido do sobrenome dela o Ciqueira, como consta na lista de dependentes que Gerônimo declarou ao Imposto de Renda. Da família Barbosa da Silva ainda foram nomeados Júlia Fábia Barbosa da Silva (auxiliar parlamentar) e Cleone Barbosa da Silva (adjunta de gabinete). Alan Balbino disse ainda esperar que sua atitude sirva de reflexão para os colegas na Câmara e que possa colaborar para melhorar a imagem do Legislativo Municipal. É importante deixar claro que estou demitindo, mas não tenho nenhum tipo de negociação para colocar meus parentes nos gabinetes dos colegas ou nomear laranjas. Acho esse troca-troca absurdo, disse. |LB

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