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Alagoanos se engajam contra projeto

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PETRÔNIO VIANA Repórter A sessão especial realizada na última quinta-feira na Assembléia Legislativa do Estado (ALE) para analisar o projeto do governo federal de transposição do Rio São Francisco, contou com a presença de estudiosos, representantes de diversos órgãos e entidades, além de 15 dos 27 deputados da Casa. O Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL) foi representado pelo presidente, desembargador Estácio Gama, e pelo juiz-corregedor Washington Luiz. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) enviou o vice-presidente, desembargador José Fernando Lima Souza. A Câmara Municipal foi representada pelos vereadores Eduardo Canuto (PV), Fátima Santiago (PTB), Diogo Gaia (PT), Marcos Alves (PSB) e Berg Hollanda (Prona). Prefeitos de municípios localizados na bacia do São Francisco, Inácio Loiola (PSDB), de Piranhas, e Reinaldo Falcão (PSB), de Água Branca, acompanharam a sessão e ficaram impressionados com as explicações do governador de Sergipe, João Alves Filho (PFL), sobre as falhas do projeto do governo federal. Alves defende a revitalização do rio, que, segundo ele, está morrendo. Discurso O vice-presidente a Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas, Everaldo Patriota, fez um discurso emocionado pedindo mais engajamento da sociedade alagoana no combate ao projeto de transposição. Está faltando alagoanidade e civismo, bradou. A presidente do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas e vice-presidente nacional do PV, Sandra Menezes, comentou as declarações de apoio ao projeto feitas pelo governador Ronaldo Lessa, em Brasília, na véspera da sessão. O governador é contra a transposição. Deve ter havido algum mal-entendido, disse Sandra, que, assim como seu companheiro de legenda, Eduardo Canuto, opõe-se à transposição. Canuto criticou a ausência do governador. Ele devia ter comparecido à sessão, não só por causa do tema discutido, mas também por uma questão ética, porque é o governador de outro Estado que está aqui, lembrou. ### Quem tem bom senso é contrário ao projeto Os deputados federais João Lyra (PTB) e Benedito de Lira (PP), coordenador da bancada alagoana na Câmara Federal, assistiram à sessão. Benedito de Lira aproveitou a oportunidade para comentar o distanciamento entre o governador Ronaldo Lessa e os parlamentares federais. O governador não tem qualquer tipo de relacionamento com a bancada federal. Ele não pensa em fazer política com a bancada federal porque se acha muito forte, criticou. Ele deixou claro ainda que não concorda com o projeto de transposição. Quem tem bom senso é contra, definiu. A ausência mais sentida foi mesmo a do deputado Sérgio Toledo (PSB), líder da bancada governista na Assembléia Legislativa (ALE). Segundo declarações de parlamentares da oposição, ele teria deixado de comparecer para não ter que dar explicações sobre as declarações feitas por Lessa a respeito do projeto, um dia antes da sessão especial. As declarações foram publicadas pela Agência Nordeste. Licença ambiental O Ministério da Integração Nacional aguarda a emissão, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da necessária licença ambiental para, em seguida, iniciar o processo de licitação de escolha das empresas que executarão as obras do projeto, que terá dois canais - um na direção Norte, beneficiando o Ceará, o Rio Grande do Norte e a Paraíba - e um na direção Leste, que levará água para Pernambuco e Paraíba. O projeto captará, abaixo da barragem de Sobradinho e de modo contínuo, 26 metros cúbicos por segundo (m³/s), ou seja, 1% do que o rio joga no mar. Quando, e só quando, aquela barragem estiver vertendo, o volume captado poderá alcançar até 127 m³/s. Segundo o Ibama, os trabalhos de licenciamento para o início das obras já estão em fase de conclusão e a equipe poderá fechar o parecer técnico atestando ou não a viabilidade ambiental da obra em poucos dias.

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