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quarta-feira, 30/07/2025 | Ano | Nº 6021
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Entidades ameaçam operação tartaruga

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ODILON RIOS Repórter As entidades representativas dos cabos, soldados, oficiais militares e aposentados da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros prometem um calendário de mobilizações para protestar contra as punições do capitão Carlos Buriti e do major Paulo Marques, ambos do Corpo de Bombeiros. A proposta é fazer operação tartaruga (trabalhar de maneira mais lenta na corporação) e organizar protestos nas ruas. Não existe data programada para as atividades. Ontem, o presidente da Associação dos Oficiais Militares de Alagoas (Assomal), major Eduardo Lucena, enviou carta à imprensa se solidarizando com as declarações dos militares. Tudo o que ele falou [capitão Buriti] são fatos e contra fatos argumentos são incongruentes e naceitáveis, disse Lucena. A Assomal colocou os advogados da associação à disposição dos oficiais. O governo deve refletir e ver onde errou, acrescentou o major, descartando o intuito dos oficiais de denegrirem a imagem do governo. O presidente da Associação dos Inativos da Polícia Militar de Alagoas, sargento Djalma Rodrigues, foi mais enfático: Todo mundo da cúpula [do CB e da PM] é caladinho. São cargos comissionados. Tudo isso que eles falaram é verdade. A cúpula sabe de tudo isso, mas não diz nada, atestou. O presidente da Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, Wagner Simas, também reagiu às punições de Buriti e Marques: Deveriam aparecer vários oficiais como estes, resumiu, denunciando que membros do CB e PM são obrigados a compensar os salários com bicos: Isso prejudica a gente. Trabalhamos em uma profissão desgastante. Lamentavelmente, não há por parte do governo incentivo ao convívio humano na PM e no CB. ### No Corpo de Bombeiros, prevalece a lei do silêncio A Corregedoria do Corpo de Bombeiros de Alagoas (CB-AL) abriu ontem Processo Administrativo Disciplinar contra os oficiais que expuseram, publicamente, as dificuldades enfrentadas pela corporação e criticaram o governo do Estado pela falta de investimentos em estrutura e viaturas. O capitão Carlos Buriti, coordenador de operações, e o major Paulo Marques, assessor de comunicação do CB, foram notificados e terão prazo de três dias úteis para fazer as suas defesas e explicar por que utilizaram os meios de comunicação para expor as dificuldades da tropa. Pelo telefone, o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Jadir Cunha, que viajou para participar de um encontro em Aracaju, disse que não queria mais falar no assunto, mas confirmou a prisão como punição para o capitão Buriti e afirmou que a mesma pena deve ser aplicada ao major Paulo Marques. A exoneração do major, da função de assessor de comunicação do CB, foi concretizada, segundo o presidente da Associação dos Oficiais Militares de Alagoas (Assomal), major Eduardo Lucena. Não quero antecipar os fatos para não atrapalhar. Mas os dois assumem o que fizeram e têm consciência das punições previstas no regulamento da corporação, disse o comandante. De fato, ao redigir a nota distribuída por e-mail, onde expõe a falta de estrutura, de investimento e de condições de trabalho no Corpo de Bombeiros, o capitão Buriti prevê, ele mesmo, a pena e conclui dizendo que dez dias de prisão são dez dias de serviço fazendo o que mais amo!. Ao falar com a imprensa sobre o e-mail do capitão Buriti, na última quarta-feira, o assessor de comunicação acabou por endossar o conteúdo da mensagem, apresentando situações que confirmam a falta de estrutura do Corpo de Bombeiros. Silêncio No quartel onde fica o comando do CB, a lei do silêncio prevalece. Os dois oficiais não podem dar entrevistas. Ontem a Gazeta tentou mais uma vez conversar com o capitão Buriti e o major Paulo Marques, mas eles disseram que não falariam mais no assunto. Nos bastidores do quartel do Corpo de Bombeiros a certeza da punição de ambos com prisão, independente da defesa que eles apresentem, é fato consumado, mas ninguém dá declaração à imprensa. Situação crítica Trechos do e-mail com os desabafos do capitão Buriti foram publicados na edição de ontem da Gazeta. Na mensagem, ele diz que motos que atuam no socorro à população estão paradas por falta de pagamento da manutenção; atrasos de até cinco meses no pagamento de combustível, o que prejudica a utilização de embarcações no serviço de salvamento aquático; a falta de investimento de viaturas para o Corpo de Bombeiros e a falta de equipamentos básicos, como capacetes, para os serviços de combate a incêndio. FA ### Lessa defende punição: Ele cometeu ato de indisciplina AGÊNCIA ALAGOAS Ontem, em entrevista à imprensa, no município de Girau do Ponciano, onde participou da abertura do programa Governo no Interior, Lessa confirmou que o governo estadual já destinou recursos para a compra de veículos e equipamentos ao Corpo de Bombeiros. Segundo o governador, serão investidos R$ 1,2 milhão do Fundo Nacional de Segurança e mais R$ 500 mil em recursos próprios, além de R$ 400 mil provenientes da Taxa de Incêndio. O dinheiro será utilizado na compra de três unidades de resgate e equipamentos de uso contra incêndio e salvamento. O governo já tinha definido a aquisição desses veículos e equipamentos; inclusive, já está mais que autorizada a liberação de recursos por parte da Secretaria Executiva da Fazenda, disse. O governador afirmou que jamais deixaria o Corpo de Bombeiros ficar sucateado. A corporação é a instituição mais querida do Estado, e realiza uma grande atividade cívica, fazendo até o transporte de leite materno para as maternidades públicas. Por isso, vamos conservar esse prestígio que a instituição possui, disse. Lessa defendeu a punição para o militar que criticou a falta de condições de trabalho no CB. Ele sabia que o governo iria adquirir equipamentos para a corporação e, mesmo assim fez a denúncia, cometendo ato de indisciplina, comentou. Após participar da solenidade de abertura do Governo no Interior, Lessa, atendendo recomendações médicas, retornou a Maceió, passando o comando dos trabalhos ao vice-governador Luis Abílio.

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