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Paulão admite dívida, mas nega caixa 2

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LUIZA BARREIROS Repórter O presidente do diretório estadual do PT em Alagoas, deputado Paulo Fernando dos Santos, o Paulão, informou ontem que o partido tem, atualmente, um débito de cerca de R$ 200 mil. O valor é referente a dívidas com fornecedores, contraídas na eleição municipal do ano passado. Segundo Paulão, na campanha de 2004 o diretório nacional prometeu enviar recursos para o PT de Alagoas, mas acabou não cumprindo a promessa, o que deixou o Diretório Regional sem ter como pagar os compromissos assumidos. O deputado lembra que os gastos não foram maiores porque a campanha do partido em todo o Estado foi muito simples. Um acordo feito pelo diretório nacional do PT garantiu que em Maceió, maior colégio eleitoral do Estado, o partido abriria mão da candidatura de Paulão a prefeito, em favor de uma aliança com o PSB, na qual o PT indicou o candidato a vice. Pelo acordo, o PT nacional custeou os shows de Zezé di Camargo e Luciano, KLB e Arthur Moreira Lima, lembra Paulão. A ajuda prometida, mas que não chegou em sua totalidade, seria para pagar despesas contraídas para dar aos candidatos kits básicos de campanha, que incluiam fotografias, santinhos e arte para material gráfico, além da produção de programas de rádio, e advogados. Esse era o mínimo que poderíamos garantir aos nossos candidatos. Por ter uma boa relação com os parceiros, acabei montando a campanha. O PT mandou ajuda, mas foi muito pouco para os gastos que prevíamos, explicou. Apesar disso, Paulão diz acreditar que o débito do PT de Alagoas seja o menor do Brasil, se comparado com os débitos de campanha contraídos por outros diretórios do partido. Paulão diz que o partido disputou a eleição no ano passado em Alagoas com apenas 73 candidatos, e elegeu dois prefeitos (Major Isidoro e Mata Grande), cinco vice-prefeitos (Palmeira dos Índios, Jacuípe, Campestre, Água Branca e Santano do Mundaú), além de vereadores. Fundo partidário Segundo Paulão, a situação financeira do PT alagoano ficou ainda pior no início deste ano, quando o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) detectou falhas existentes na prestação de contas do partido e determinou a suspensão do Fundo Partidário, de cerca de R$ 7 mil por mês. Foi um erro cometido pelo escritório que fazia a contabilidade do partido, que acabou penalizando ainda mais a legenda no Estado, comentou. Segundo Paulão, enquanto o dinheiro do Diretório Nacional não chega, ele vem negociando os débitos com os credores, utilizando algumas vezes dinheiro do meu próprio bolso. ### Dívida do PT nacional surpreendeu Em relação à dívida de pelo menos R$ 39 milhões que o PT nacional reconheceu (sem contabilizar juros e os empréstimos feitos ao empresário Marcos Valério), o deputado Paulão disse ter ficado surpreso com o valor do débito, que pode ser superior a R$ 90 milhões. Para mim foi surpresa. As informações que recebíamos sempre eram de que a dívida era de cerca de R$ 20 milhões, disse. Apesar disso, Paulão disse que, como não é membro do Diretório Nacional, não participa dessas discussões diretamente. O Estado de Alagoas era representado pela senadora Heloísa Helena (que no ano passado foi expulsa da legenda) e pelo atual presidente da Ceal, Joaquim Brito. Em relação à declaração dada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, admitindo indiretamente a existência de um caixa dois no PT ele disse que o PT fez o que os outros partidos fazem sistematicamente no Brasil , Paulão disse não ter conhecimento da existência desse fato em seu partido, nem da prática no Estado de Alagoas. Não temos conhecimento disso, afirmou. Delúbio O presidente do PT de Alagoas afirmou também ser contrário à proposta de expulsão do ex-tesoureiro Delúbio Soares, apontado pela gestão considerada temerária à frente do Diretório Nacional. A investigação tem que ser mais aprofundada. Não trabalho com processos inquisitoriais nem acho que o partido deva ser pautado pela imprensa, disse. Paulão defendeu, no entanto, que se ao final das investigações das CPIs no Congresso ficar caracterizado que existe responsabilidade de Delúbio e de outros integrantes do partido, todos devem ser punidos exemplarmente. O PT foi criado com o paradigma da ética na política e deve aprofundar as investigações. Defendo que quem for podre que se quebre.|LB

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