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Paulão é sabatinado sobre crise no PT

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| PETRÔNIO VIANA Repórter O presidente do diretório estadual do PT, deputado estadual Paulo Fernando dos Santos, o Paulão, foi ao plenário da Assembléia Legislativa do Estado (ALE), na sessão de ontem, para prestar esclarecimentos sobre as denúncias de que o PT teria pago despesas atrasadas da campanha de Judson Cabral (PT) para o governador, em 2002, com dinheiro repassado pela agência SMP&B, do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza. Essa foi a primeira vez que Paulão utilizou a tribuna da ALE para falar sobre o assunto. O petista foi incitado pelo deputado Adalberto Cavalcante, que, ao perceber a presença de Paulão no plenário, apressou-se em pedir a palavra. Cavalcante declarou considerar preocupantes as denúncias feitas contra Paulão e chegou a encaminhar um requerimento à mesa diretora da Casa solicitando a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso e evitar que o nome da ALE fique sujo. Paulão concordou com a criação da CPI, mas pediu que fosse tratado de maneira igualitária, lembrando que parlamentares citados durante as investigações da Operação Guabiru em Alagoas não tiveram que passar por investigações internas. Não vejo problema de a Casa ter uma Comissão, mas tem que existir isonomia, disse o deputado. Durante seu pronunciamento, Paulão contou como foi comunicado do surgimento de seu nome em uma lista entregue pela diretora financeira das empresas de Marcos Valério, Simone Vasconcelos, através de jornalistas da Folha de São Paulo. Paulão voltou a afirmar que não recebeu nenhuma quantia em sua conta bancária pessoal e que seus sigilos fiscal, bancário e telefônico estavam à disposição da Justiça para que isso fosse comprovado. O deputado voltou a explicar como o dinheiro foi aplicado e confirmou que R$ 80 mil teriam sido depositados na conta pessoal de Ricardo Coelho, coordenador da campanha de Judson em 2002, porque a empresa de serigrafia que deveria receber a quantia estava com problemas trabalhistas. Paulão reconheceu que foram cometidas irregularidades por parte do partido no recebimento do dinheiro. Eu reconheço que houve falhas gravíssimas. A dívida que nós tínhamos deveria ter sido declarada [ao Tribunal Regional Eleitoral] como ?restos a pagar?, e parte do dinheiro não deveria ter sido depositada em uma conta pessoal. Eu assumo o ônus e a responsabilidade como presidente do partido, declarou. O presidente do PT em Alagoas defendeu Judson Cabral e Ricardo Coelho, reafirmando que o dinheiro teria sido utilizado exclusivamente pagar despesas de campanha. Não havia conhecimento de que a empresa [SMP&B] estava sendo investigada. Foi uma transação de empresa para empresa, disse. ### Para deputados, a aura do PT acabou O deputado Paulo Fernando dos Santos, o Paulão (PT) foi interrompido várias vezes durante seu pronunciamento na tribuna da Assembléia Legislativa do Estado (ALE). O deputado Antônio Albuquerque (PFL) disse considerar prejudicial à classe política brasileira que a sociedade tivesse tomado conhecimento do que acontece nas esferas mais altas dos partidos. Na opinião de Albuquerque, a prática assumida pelo PT não configura nenhum tipo de crime. Eu vejo apenas que somos todos mortais. Não existe mais aquela aura ilibada em torno do PT. Entre os mortais não existe santo, avaliou. O deputado reconheceu que a utilização de caixa dois em campanhas eleitorais é uma prática comum. Se o deputado [Paulão] recebeu o dinheiro, se os diretórios estadual e municipal receberam, fizeram muito bem porque todo partido faz assim, o seu PT, o meu PFL. Nenhum é diferente. Se existe caixa 2 nos partidos, é surpresa para quem? Em toda mansão, em todo castelo existe esgoto e existe latrina. O PT é um partido como outro qualquer, revelou Antônio Albuquerque. O deputado disse ser insignificante a quantia de R$ 160 mil repassada ao PT alagoano para uma campanha majoritária. Albuquerque declarou considerar desnecessária a formação de uma CPI para investigar o caso na ALE. É desnecessário apurar o que já está sendo apurado. A CPI [dos Correios] vai ouvir quem achar necessário para esclarecer os fatos, concluiu Albuquerque. Em defesa do partido, o deputado Paulão lembrou que, para eleger o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aumentar a base aliada na Câmara dos Deputados (o PT tem 93 dos 513 deputados federais), o PT teve que firmar alianças com partidos conservadores. O PT teve que fazer alianças no Congresso Nacional e resultou nisso, disse. O deputado Antônio Albuquerque respondeu dizendo que o PT montou o caixa dois, e não seus aliados. Os mentores foram o Sílvio Pereira, o Delúbio Soares e o José Dirceu. Mas não posso atribuir um defeito moral dessa ordem ao deputado Paulão, opinou. Paulão recebeu ainda a solidariedade dos deputados Isnaldo Bulhões (sem partido) e Timóteo Correia (PTB). Ambos se posicionaram contra a formação de CPI na Assembléia. |PV

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