Política
Sugestão de Suplicy a Lula: Desista

| FOLHAPRESS Brasília Ressaltando que apoiará o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em qualquer cenário, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse ontem que ele deveria desistir da reeleição, se dedicar ao seu último ano de governo e concorrer novamente à Presidência em 2010. Suplicy fez esse relato ao presidente da Bolívia, Evo Morales, em conversa de cerca de 15 minutos ontem pela manhã, em Brasília, e depois repetiu as declarações à reportagem. Segundo Suplicy, Morales teria perguntado sua opinião a respeito da reeleição de Lula. Poderia ter um efeito muito positivo ele tomar a decisão de fazer o melhor governo possível, sem estar tão preocupado com a questão da reeleição, que muitas vezes atrapalha, e ser um candidato muito forte em 2010, quando ainda estaria jovem, com muita força aos 65 anos, disse. Em 2002, Suplicy perdeu a prévia para escolher o candidato do PT à Presidência da República. O senador refuta a avaliação de que o partido não tem nomes alternativos para disputar o cargo neste ano. O PT tem muitos valores, disse ele. Questionado se poderia ser o candidato do partido, ele disse que não se posicionaria antes de Lula definir sua situação. Já disse ao presidente Lula que vou apoiá-lo se ele for candidato à reeleição, mas acho que é uma reflexão importante para o presidente que ele se dedique muito para que seu mandato seja muito bem concluído para, em 2010, o povo avaliar tudo o que ele plantou como positivo e duradouro. Lula tem afirmado que só vai definir seu futuro político no meio do ano e que não tem pressa. Eu não tenho pressa. Quem tem pressa são os meus adversários, declarou em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo, no início do ano. No diálogo com o presidente da Bolívia, Suplicy lembrou que o PT sempre foi contra o direito de reeleição. Eu transmiti ao presidente Evo Morales que talvez fosse interessante ter uma atitude como a de [Nelson] Mandela [ex-presidente da África do Sul], que ouviu um senador amigo dele. Talvez fosse interessante ele, por ser muito querido, se reeleger escolhendo um vice de sua inteira confiança. Poderia ficar um ano de mandato e depois passar o bastão para o vice, disse o petista.