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Força-tarefa volta a ser criada no Estado

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GILVAN FERREIRA Repórter Criado em Alagoas em 1998, com o objetivo de combater a gangue fardada, um grupo considerado de elite do Poder Judiciário, Ministério Público, Polícia Federal e Polícia Civil foi novamente organizado para fazer frente às ações do crime organizado e enfrentar a onda de violência desencadeada nos últimos quatro meses. A decisão de criar uma nova força-tarefa formada por juízes, promotores de Justiça e delegados das polícias Federal e Civil foi definida pelo presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Estácio Gama ele próprio vítima da violência no Estado, com o assalto à sua casa de praia em Paripueira, na última terça-feira. O desembargador e um de seus netos, de 16 anos, ficaram sob a mira das armas de quatro assaltantes, que levaram dinheiro e objetos de valor. O episódio provocou a queda de parte da cúpula da segurança pública do Estado. Orientado pelo governador Ronaldo Lessa (PDT), o vice-governador Luis Abílio (PDT), no exercício do cargo do titular, demitiu o secretário de Defesa Social, Paschoal Savastano, e o comandante da Polícia Militar, coronel Edmilson Cavalcante, que foram substituídos pelos coronéis Ronaldo dos Santos (SDS) e Acírio Nascimento (PM). A ação contra o presidente do TJ também provocou uma forte reação do procurador-geral de Justiça, Coaracy da Fonseca, que sugeriu uma intervenção federal no Estado, que foi rechaçada por Luis Abílio. ### Estácio avisa: Combate é para valer Ao expor as ações da força-tarefa que já começa trabalhar a partir de amanhã o presidente do TJ, desembargador Estácio Gama, deixou claro que os integrantes do grupo vão agir em todas as frentes e investigar todas as denúncias, mesmo que envolvam nomes dos três Poderes. Não queremos saber se esses grupos criminosos têm cobertura de magistrados, de políticos, de quem quer que seja. Atingiremos a delinqüência, venha de onde vier, patrocinada por quem quer que seja, avisou Gama. Para mostrar que o combate ao crime organizado será imediato, Estácio Gama nomeou os cinco magistrados que vão comandar a força-tarefa: os juízes auxiliares da presidência do TJ, Geraldo Cavalcanti Amorim e Diógenes Tenório; e os juízes Rodolpho Osório Gatto Hermann (do Pilar), Maurício Breda (de Penedo) e José Braga Neto, da 9ª Vara de Maceió. Pela Polícia Federal irá o delegado Joacir Avelino. O procurador-geral de Justiça, Coaracy da Fonseca, e o secretário de Defesa Social, coronel Ronaldo dos Santos, devem anunciar amanhã dois promotores e dois delegados da Polícia Civil que vão compor a força-tarefa. A OAB também deve indicar um advogado para auxiliar nos trabalhos da força-tarefa.|GF ### TJ deve decidir medidas para agilizar força-tarefa Para auxiliar o trabalho da força-tarefa de combate ao crime, os onze desembargadores do Pleno do Tribunal de Justiça votam, na próxima terça-feira, uma série de mudanças para adaptar e assegurar medidas jurídicas. Uma das medidas será a possibilidade de pedidos de prisão e mandados de busca e apreensão sejam decididos pelos cinco juízes do grupo de combate ao crime organizado. Isso dará mais agilidade e garantirá mais sigilo nas ações. PAULÃO QUER BARENCO O deputado Paulo Fernando dos Santos, o Paulão (PT), da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa (ALE), defendeu a implantação da força-tarefa, que, segundo ele, já deveria ter sido organizada há muito tempo. Segundo Paulão, o Poder Judiciário vinha se negando a participar do Gabinete Integrado de Combate ao Crime, que foi criado pelo governo federal para unir os vários setores da área de segurança pública. O Judiciário já deveria ter criado esse grupo há muito tempo. Infelizmente, foi necessário acontecer um fato tão grave como a invasão da casa do presidente da maior corte de Justiça do Estado para se implantarem ações de combate à violência e ao crime organizado, disse. Paulão criticou as substituições na área de segurança pública e sugeriu novas mudanças no setor. Se eu fosse governador do Estado, eu nomearia o delegado Marcílio Barenco para assumir a Secretaria de Defesa Social ou a direção-geral da Polícia Civil. O governador devia mudar tudo, e ao meu ver, o delegado Barenco tem o perfil ideal para assumir o comando da segurança pública de Alagoas: não é ligado a grupos políticos, já mostrou coragem, determinação e competência funcional, e, além disso, tem muita experiência técnica, defendeu Paulão. O delegado Marcílio Barenco disse que preferia não comentar a sugestão do deputado Paulão. Eu agradeço ao deputado Paulão, mas prefiro não comentar esse assunto, que é de competência do governador Ronaldo Lessa, disse Barenco. GF ### Sem interferência política e sem direcionar investigações O grupo criado pelo presidente do Tribunal de Justiça terá acesso ao um banco de dados com informações sobre ações de quadrilhas, suspeitos de participação em crimes de pistolagem e dados sobre investigações da Polícia Federal em Alagoas. A força-tarefa deve retomar as investigações de casos considerados insoluvéis, como ações da gangue fardada, assassinatos provocados pela chamada guerra de policiais civis, os casos Fernando Fidélis e Cícero Belém. Os juízes, promotores e delegados das polícias Federal e Civil receberão a garantia que não sofrerão pressões para direcionar investigações, ameaças ao trabalho do grupo ou interferência política. A idéia do presidente do Tribunal de Justiça é evitar qualquer tipo de ingerência, como as que ocorreram nas investigações dos assassinatos do fazendeiro Fernando Fidélis e do pistoleiro Cícero Belém segundo os promotores dos dois casos, ambos foram vítimas do crime organizado. Para o delegado Marcílio Barenco, o crime organizado se caracteriza por ações coordenadas, que, geralmente, envolvem o poder político e econômico, que mantém um braço armado para executar as ações. O crime organizado age em ações coordenadas, que são definidas pelos seus líderes, geralmente pessoas com poder. Eles mantêm um braço armado, que é a última etapa da organização criminosa. Esse último grupo não atua sem uma ordem, sem uma autorização do poder central, define Marcílio Barenco.

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