Política
CBTU confirma agressões de vereador

| PETRÔNIO VIANA Repórter A direção da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) em Alagoas confirmou, na tarde de ontem, que um de seus funcionários, um motorista que presta serviço à empresa, foi agredido pelo vereador por Maceió Marcelo Victor (PTB) na tarde da última quarta-feira, por volta do meio-dia, na Rua Zacarias de Azevedo, em frente ao edifício Trade Center, onde vários vereadores têm gabinete. De acordo com o relato de testemunhas, a confusão teve início quando o motorista da CBTU foi reclamar ao motorista particular de Marcelo Victor por ter estacionado o carro do parlamentar, um Corolla, na frente do portão por onde precisam passar carros, viaturas de abastecimento e veículos pesados da empresa. O motorista de Marcelo Victor teria se negado a remover o automóvel e chamado o vereador. Ao chegar ao local, Marcelo Victor teria sacado uma arma enquanto seu motorista agredia o motorista da CBTU. Um outro funcionário da empresa, que assistia a tudo de dentro do galpão da companhia, aproximou-se para tentar ajudar seu colega, mas foi impedido pelo vereador, que o teria ameaçado com a arma e forçado todos os que observavam a cena a se afastar do local. Enfim, depois de ser espancado pelo segurança do parlamentar, o motorista da CBTU conseguiu correr para dentro do terreno da empresa, onde se refugiou. Segundo o gerente de operações da CBTU, Jefferson Calheiros, que confirmou o relato da agressão, o motorista da companhia não tinha conhecimento de que o Corolla pertencia ao vereador Marcelo Victor e teria apenas reclamado da obstrução da entrada de veículos. O carro estava parado em local inadequado. O ?bate-boca? começou quando o funcionário pediu para o motorista retirar o carro e a discussão virou um tumulto, contou Calheiros. ### Todo mundo sabe como é a impunidade O gerente de Operações da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), Jefferson Calheiros, informou que nem a empresa nem o funcionário agredido pelo motorista do vereador Marcelo Victor (PTB) pretendem tomar providências judiciais em relação ao incidente. O funcionário, que é um prestador de serviço, resolveu não relatar o incidente. A CBTU também não vai tomar nenhuma providência, não deve intervir. Ele ficou com medo de se manifestar para não se envolver com uma pessoa tão perigosa. O rapaz é um trabalhador, não precisava ter puxado uma arma para ele, acrescentou Calheiros. De acordo com Calheiros, a polícia teria chegado no local do tumulto logo após a briga. A polícia chegou, perguntou o que houve, mas ninguém disse nada. Ele [Victor] é vereador e todo mundo sabe como é a impunidade desse pessoal, lamentou o gerente da CBTU. Contactado pela reportagem da Gazeta, Marcelo Victor adotou a tática do silêncio. Não tenho conhecimento de nada disso. Não vi nada. Também não sei se o meu motorista se envolveu em alguma confusão, disse. No fim do ano passado, quando os ânimos na Câmara Municipal estavam acirrados por causa da eleição para a Mesa Diretora da Casa, o segurança de Marcelo Victor foi impedido pela Polícia Militar de entrar no prédio do Legislativo municipal. O motivo: estava armado. |PV