loading-icon
MIX 98.3
NO AR | MACEIÓ

Mix FM

98.3
domingo, 07/12/2025 | Ano | Nº 6114
Maceió, AL
24° Tempo
Home > Política

Crime de mando

VEREADOR ACUSADO DE MATAR LIDERANÇA DO MST VAI A JULGAMENTO

José Francisco da Silva, conhecido como Zé Catu, de Girau do Ponciano, vai a júri popular por assassinar Luciano Alves, o Grilo

Ouvir
Compartilhar
Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Whatsapp

O vereador por Girau do Ponciano, José Francisco da Silva, conhecido como Zé Catu (PSDC), deve ser julgado nesta quarta-feira (30), no Fórum Desembargador Jairon Maia Fernandes, em Maceió, acusado de ser o mandante do assassinato da liderança do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Luciano Alves, o Grilo. O crime aconteceu em 2003, na zona rural de Craíbas. Na época do assassinato, Zé Catu era vereador por Craíbas e tentava à reeleição. De acordo com o processo, o crime teria sido motivado por disputa política, após Grilo ter anunciado que seria candidato à Câmara Municipal da localidade e com isso o acusado, após ter feito ameaça à vítima, decidiu eliminá-lo, para evitar o concorrente na eleição. Na última eleição municipal, em 2016, Zé Catu foi eleito vereador em Girau do Ponciano com 744 votos, 3,66% do total, conquistando a última vaga entre a sete cadeiras do Legislativo da localidade do Agreste de Alagoas. De acordo com a apuração, o crime chegou a ser confessado por Josinaldo José dos Santos, conhecido como Xiu, e falecido durante o decorrer do processo e, além de Zé Catu, envolve ainda o irmão do mandante, Francisco da Silva, conhecido como Chiquinho Catú e acusado de disparar contra Grilo e também João Olegário dos Santos, o João de Lica, como um dos mentores do assassinato. O julgamento do caso na Justiça já foi adiado por duas vezes, o primeiro quando estava programado para acontecer na cidade de Girau do Ponciano e, na sequência, em 2013, na comarca de Arapiraca. Como forma de pressionar a Justiça para que o julgamento aconteça, trabalhadores e trabalhadoras do Movimento dos Trabalhadores do MST preparam vigília para ter início às 7h30 desta quarta-feira, em frente ao fórum da capital. “Vamos denunciar a violência no campo, cobrar justiça e defender nosso direito de lutar e se organizar. Não podemos permitir que mais um caso de violência contra trabalhador rural siga impune. Queremos mostrar que, mesmo na morosidade do julgamento do Grilo e de tantos outros sem terra injustamente assassinados, seguimos atentos, organizados e em luta, fazendo valer o sangue derramado pelos nossos companheiros tombados”, destaca Margarida. Ela critica ainda o que considera ser a relação do Poder Judiciário com “o braço armado do latifúndio”, que resulta em impunidade e abre mais possibilidade para que outros crimes aconteçam “contra homens e mulheres que lutam pela terra e pela reforma agrária em Alagoas e no Brasil”.

O CASO

Liderança do MST na região do Agreste de Alagoas, Grilo, como era conhecido Luciano Alves, foi assassinado no mês de setembro de 2003, em uma estrada na zona rural do município de Craíbas. Na ocasião, ele tinha atuado no processo de assentamento de trabalhadores na região e, após anunciar a intenção de disputar vaga para a Câmara de Vereadores do município, passou a sofrer ameaças de morte, segundo apurado no processo em julgamento e acabou morto a tiros.

Relacionadas