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Nº 5856
Política

POR QUE O GOVERNO RENAN FILHO PAROU NA GERAÇÃO DE EMPREGOS?

Após cinco anos de gestão, o governador não responde à altura aos desafios dos alagoanos

Por Da Redação | Edição do dia 02/11/2019 - Matéria atualizada em 02/11/2019 às 06h00

/Alagoanos fazem fila na busca por um trabalho: dados do CAGED, fechado até setembro último, atestam o desgoverno
/Em fila gigantesca, desempregados lotam agência do Sine, no centro de Maceió.

Se, do ponto de vista histórico, é justo afirmar que a pobreza vem sendo esquecida no curso do tempo, sobretudo pela falta de compromisso das classes dirigentes com políticas públicas efetivas, que levem à inclusão social e à redução das desigualdades, é também correto constatar que Alagoas estagnou na viabilização de alternativas. Dados do CAGED, fechado até setembro último, atestam que o Estado possui saldo negativo na geração de empregos com carteira assinada, indo na contramão do País e de Estados como o Piauí. Após cinco anos de gestão, o governo Renan Filho não responde à altura aos desafios. A área do Desenvolvimento não viabilizou projetos que multipliquem renda e oportunidades para uma legião imensa de alagoanos, que são dependentes do governo. As poucas iniciativas existentes são irrisórias para fazer frente ao saldo negativo de geração emprego, acumulado nos últimos tempos e que atinge especialmente a nossa juventude. Dados do IPEA-Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, publicados no último mês de junho, atestaram a extinção em Alagoas de 119.618 postos de trabalho com carteira assinada, de 2015 até março de 2019. Já aferição fechada no segundo trimestre deste ano pelo Pnad-Contínua, do IBGE, constatou que Alagoas detém 14,6% de pessoas desocupadas, mais 15,2% de desalentadas. A legião de pessoas desalentadas refere-se àquelas que desistiram de procurar empregos nos últimos tempos, tamanha a dificuldade encontrada no mercado de trabalho tão desanimador. Assim, Alagoas gravita entre os “lanterninhas”, com mais de 400 mil alagoanos desocupados e desalentados. Nesse quesito, o Estado também segue atrás do Piauí e nem consegue surfar na média brasileira, que se encontra em 11,8% - ainda muito alto. Se há uma crise nacional, em razão da gravidade dos acontecimentos que afetaram a economia brasileira, Alagoas ainda acumula sua crise particular. Ela se reflete, por exemplo, no Pnad-Contínua, do IBGE, que aferiu, até o segundo semestre deste ano, 32% de jovens alagoanos desempregados de 18 a 24 anos. Nessa faixa etária, o índice alagoano supera a média nacional e a do Nordeste, lamentavelmente. Pouca entrega – Estudo realizado pelo jornal Folha de S. Paulo, e divulgado em agosto do ano passado, aferiu a qualidade das gestões dos Estados brasileiros. Levando em conta os indicadores sociais e receitas estaduais, o estudo identificou os governos que melhor entregam as realizações com menor dispêndio. Resultado: o governo de Alagoas compôs o vexatório clube das sete unidades federativas mais ineficientes na gestão da educação e da Saúde, gastando mal o dinheiro público em funções básicas de assistência ao povo, e ficando assim na zona de rebaixamento de quem gasta muito e entrega pouco benefício à sociedade. Não é à toa que o setor educacional do Estado encontra-se envolto em graves problemas, a começar pela operação Casmurros, que investiga uma quadrilha envolvida em desvio de recursos destinados ao transporte escolar. Sem falar da inaceitável devolução de quase R$ 30 milhões, que haviam sido disponibilizados para Alagoas pelo governo federal, através de convênio, para atender inclusive o programa EJA-Educação de Jovens e Adultos. Os cursos universitários já recepcionam trabalhos de formando preocupados com cursos profissionalizantes que diversifiquem as opções de acordo com as demandas do cotidiano das pessoas. Em junho deste ano, o Instituto Ayrton Senna apresentou detalhado estudo sobre o quadro educacional brasileiro, de 2012 a 2017. Ao focar em Alagoas, detectou queda na escolaridade média da população entre 25 e 64 anos. Quando efetuou-se o recorte na faixa etária de 15 a 17 anos, e respectiva matrícula na rede de ensino do Estado, Alagoas ficou abaixo da média nacional e do Nordeste.

Com a universalização do ensino emperrada, aqueles que não concluem o ensino médio ou estão fora da sala de aula possuem naturalmente um currículo deficitário, representando maior obstáculo para conquista de oportunidades no mercado de trabalho. Em junho passado, ao conversar com jovens a procura de empregos, a Gazeta ouviu deles a preocupação de o Estado sintonizar cursos de qualificação com os reais requisitos exigidos pelo mercado local. A Universidade já recepciona trabalhos fundamentados dando conta de os cursos profissionalizantes diversificarem as opções de acordo com as demandas do cotidiano das pessoas.

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