Lava Jato
Renan Filho é intimado a depor em ação sobre caixa 2 em campanha
Governador alagoano teria recebido R$ 1,2 milhão do grupo J&F para a disputa das eleições de 2014

Em mais um desdobramento da Operação da Lava Jato, o governador Renan Filho (MDB) foi intimado ontem pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, a depor na ação que investiga o repasse de R$ 1,2 milhão de caixa 2 para a campanha, em 2014, do emedebista ao Poder Executivo de Alagoas. Dos 27 governadores, apenas dois (Renan Filho) e Helder Barbalho (MBD) estão sendo investigados nessa operação pela Lava Jato. A ação é fruto da delação do ex-executivo da J&F, Ricardo Saud, que revelou o esquema de caixa 2, que ao todo teria destinado R$ 40 milhões a diversos políticos. De acordo com o Jornal Nacional, Renan Filho foi intimado por uma equipe da Polícia Federal nas primeiras horas desta terça-feira. A informação foi reforçada por vizinhos do governador. Eles relataram à imprensa que os agentes foram até a casa do Renan Filho e entregaram a intimação. O Jornal Nacional informou ainda que, apesar de a defesa de Renan Filho ter sido procurada, até o momento eles não se manifestaram sobre a ação federal.
Conforme o delator, o dinheiro usado como propina da J&F foi empregado diretamente na campanha de Renan Filho. “(...) Foi enviado um milhão para o PMDB de Alagoas, carimbado para o Renan Filho”, diz um trecho da delegação do ex-executivo, Ricardo Saud, aos procuradores.
OUTRA INVESTIGAÇÃO
Em outro caso envolvendo o governador de Alagoas, delatores da Odebrecht indicam supostos recebimentos de propina de 2,25% do total do contrato de empreiteiras que executam a obra do Canal do Sertão Alagoano; de um repasse de R$ 500 mil em dinheiro, entregues em um hotel de Maceió.