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Nº 5693
Política

POLÍCIA FEDERAL TAMBÉM FEZ BUSCAS EM MURICI

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Por Marcelo Amorim | Edição do dia 08/11/2019 - Matéria atualizada em 08/11/2019 às 06h00

/Investigação realizada pela Polícia Federal aponta ligação e vínculo entre Renan Filho e o homem que recebeu propina em hotel
/Casa de motorista na terra de Renan Filho foi alvo de busca e apreensão por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF)
/Foto usada pela PF para reconhecer motorista de Renan Filho como o responsável por intermediar a propina

Na operação realizada na terça-feira passada, a PF realizou buscas e apreensão na casa do motorista, localizada em Murici, cidade natal da família do governador. Além dele, o motorista também vai depor após ter sido intimado na investigação por ordem do ministro Edson Fachin. A investigação da Polícia Federal descobriu também que Ricardo Gomes já havia doado R$ 1.500 para a campanha eleitoral de Renan Filho em 2010. Na ação, consta também que o emissário da J&F contou com detalhes sua passagem por Maceió, onde ficou hospedado no Ibis Hotel, localizado na praia de Pajuçara, na ocasião da entrega de um dos repasses da propina. O interlocutor do dinheiro seria José Alves Diniz, ex-assessor de Renan Filho no governo de Alagoas e na Câmara dos Deputados, quando o governador ainda era deputado federal. “[Diniz] subiu até o quarto e conferiu os R$ 600.00.00 que estavam na mala”, reforça o depoente. Na ocasião do encontro, conforme o delator, Diniz disse que seria necessário chamar outra pessoa da confiança de Renan Filho. Esse encontro, diz a PF, serviu para apresentação de Ricardo Rocha ao entregador da propina. Diniz disse que, conforme a polícia, quando não fosse possível ele receber, o dinheiro deveria ser entregue a Ricardo. “Na sequência Ricardo e Diniz saíram do quarto do hotel com a mala”, disse Durval Rodrigues da Costa. Na sequência, ele teria retornado a Recife para apanhar outra mala no aeroporto, com R$ 800 mil, e retornar para Maceió, onde teria voltado a ter contato com Diniz e o “motorista” Ricardo, que foi buscar o dinheiro no hotel, contou as cédulas, e “foi embora”. Mas antes de sair, ainda segundo o depoimento, Ricardo teria pedido para que, em uma próxima oportunidade, pudesse ir ao Recife buscar a mala de dinheiro que estaria por vir, o que, como consta na ação, teria ocorrido como “bate e volta” entre Maceió e Recife, ocasiões em que o assessor especial do governador teria trazido, em duas viagens, malas com R$ 800 mil e R$ 900 mil. Segundo o emissário da J&F, três carros distintos foram usados pelo motorista de Renan Filho nas viagens em busca das malas de dinheiro no Recife, que somariam aproximadamente R$ 3.835.000,00.

DATAS E ROTAS BATEM

Os detalhes das supostas entregas narradas por Durval Rodrigues da Costa batem com as informações obtidas junto a hotéis e companhias aéreas, que atestaram à Polícia Federal as estadias do depoente durante as eleições em cidades onde afirma ter participado do suposto envio do dinheiro a Renan Filho. Junto a hotéis e operadoras aéreas (TAM e GOL), a PF checou os caminhos de Durval Rodrigues da Costa, que esteve no Hotel Ibis, em Maceió, entre 1º e 6 de setembro de 2014, e entre 12 e 14 de setembro de 2014. No Recife, Costa esteve no Hotel Aconchego, entre 6 e 7 de setembro de 2014, e entre 14 e 15 de setembro de 2014.

OUTRO LADO

Após ter o nome excluído da investigação, Ricardo Santa Ritta disse que buscou a Justiça para evitar maiores prejuízos envolvendo seu nome de forma injusta. “Tomei conhecimento do envolvimento do meu nome na Lava Jato através da imprensa. Mesmo sem ter sido notificado judicialmente, nem figurar como parte do processo, procurei a Polícia Federal para me disponibilizar a prestar os esclarecimentos que fossem precisos. Preferi buscar a Justiça para que não ocorresse injustiça”.

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