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Política

PARCERIA PÚBLICO-PRIVADO RESTAURA PRÉDIOS EM SÃO JOSÉ DA LAJE

Ação realizada pela Prefeitura, Ufal e empresas privadas aconteceu em meio a grande festa

Por Clariza Santos | Edição do dia 09/11/2019 - Matéria atualizada em 09/11/2019 às 06h00

Primeira pincelada dada. Agora, cinquenta e três prédios cheios de história e de cultura, localizados cerca de 98 quilômetros de Maceió, no município de São José da Laje, começam a ter a realidade alterada graças uma iniciativa das empresas Carajás Home Center e da Coral Tintas que, em parceria com estudantes e uma professora de arquitetura e urbanismo da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), da secretária municipal de turismo e da Prefeitura da cidade, iniciam o processo de restauração. Conhecida na microrregião da Serra dos Quilombos Alagoanos como a Princesa da Fronteira, Laje reúne um dos maiores centros históricos do Estado. O empresário e diretor comercial do grupo Carajás, Alex Mendonça, ressaltou a satisfação em restaurar o patrimônio material de Laje. “São José da Laje é uma cidade histórica. Mais de 130 anos. Então é uma cidade que tem muita história. E a nossa família Carajás é adepta a isso, nós gostamos muito de história e está sempre envolvida com a comunidade. Conversando com Jacineide sugeri a parceria para unir o útil ao agradável”, revelou. Composta pela paisagem das serras e matas, a cidade também tem recortes culturais muito fortes que serão ressaltados devido à restauração feita após um estudo montado pela professora Josemary Ferrari e estudantes de Arquitetura e Urbanismo da Ufal, além do empenho constante da secretária de Turismo da cidade, Jacineide Maia, e da desenvoltura eficiente do prefeito Bruno Rodrigo (MDB). “Nasceu o projeto. Depois fizemos uma parceria com as Tintas Coral. A gente entende que tem que atrelar. A gente fez outros projetos em outras cidades. Por que não beneficiar a nossa cidade?! Então a gente firmou parceria. Fizemos alguns estudos e daí surgiu a ideia de revitalizar os 53 imóveis. Entendemos que não devemos só atrelar o material de construção, a paisagem do restaurar, mas também despertar na população a consciência de que não é só um móvel antigo, mas que há história”, ressaltou Alex Mendonça. Reunidos no centro da cidade, lajenses pararam para receber as boas notícias durante a solenidade ocorrida na última sexta-feira (8). Sem recursos próprios para tocar as obras de restauração, o prefeito do município Rodrigo Valença contou da alegria em tornar o projeto de gestão realidade através da parceria. “Esse projeto é importantíssimo porque não vai só resgatar os prédios físicos, mas o patrimônio histórico cultural da nossa cidade dentro dos corações de todos os lajenses. Com esse trabalho, a gente vai chamar atenção com o resgate dos prédios, da pintura, da restauração. Mas a gente vai levar esses trabalhos para as escolas. A educação patrimonial é uma forma de resgatar a autoestima dos lajenses”, disse o gestor municipal. A cidade, que no passado já sofreu muitas perdas com as cheias devido às tempestades, hoje celebra a nova era. Emocionada, a secretária de Turismo, Jacineide Maia contou a reportagem da Gazetaweb/Gazeta de Alagoas que é mais que a realização de um projeto, é um sonho idealizado e sonhado por muitos lajenses. “Nós só podemos fazer turismo se nós nos preocupamos em resgatar a cultura. Não só da história, dos monumentos, mas também resgatar a gastronomia, resgatar os folguedos, as manifestações culturais e estamos trabalhando em todos esses viés para fortalecer o nosso turismo histórico-cultural”, defendeu a secretária. Jacineide também disse que há muito o que mostrar aos turistas. “Saber que a gente pode mudar a realidade de um município, de uma região, de um Estado e de um País trazendo no bojo do turismo é, exatamente a geração de emprego e renda, perpetuando a história dando oportunidade às pessoas”, ressaltou acrescentando que o turismo ecológico é muito forte através da Reserva Ecológica de Osvaldo Timóteo. A parte de restauração será feita em quatro etapas e a entrega deve acontecer em 120 dias. E, além dos prédios, o órgão da Igreja Católica, de 1926, também será restaurado. Além do tombamento e da restauração dos prédios, a Prefeitura vai disponibilizar calendários, jogos lúdicos e outros materiais de didáticos para a sociedade da cidade do interior do Estado. “A empresa Carajás, uma grande geradora de emprego de Alagoas, junto com a Coral Tintas e com a Prefeitura pensou em um projeto social que englobasse desde empregar na restauração dos prédios públicos como também no projeto social, cultural e histórico. É um conjunto de coisas boas que chega à nossa cidade”, celebrou o prefeito, que acrescentou: “vai valorizar não só a cidade, vai valorizar as pessoas e o patrimônio do nosso País, e melhorar ainda mais o turismo. Tenho certeza de que o Carnaval de 2020 será ainda melhor”. Uma das responsáveis pelo projeto de restauração, a arquiteta e urbanista, professora aposentada pela Ufal, Josemary Ferrari foi uma das primeiras a apresentar um projeto idealizado por estudantes produzidos em dois semestres de aula.

“Foi desenvolvido dentro de um projeto de extensão à época que eu era professora. Esse levantamento identificou as edificações de estilos diferenciados, com representação significativa da evolução da arquitetura brasileira. Nesse foram identificadas 53 e foi demarcado um polígono de interesse de tombamento do município, que vem amadurecendo a ideia e culminou que estão por assumir e fazer o tombamento”, contou Josemary.

Os estudantes também criaram jogos lúdicos com as imagens do patrimônio da cidade. “Esse grande legado será deixado para as futuras gerações para que todos possam sentir orgulho da história de São José da Laje. Essa é a grande importância do projeto”, concluiu ao falara com a reportagem.

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