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Nº 5691
Política Maia diz que a Sala de Alerta não existe no organograma da Secretaria de Meio Ambiente

SALA DE ALERTA FUNCIONA DE MANEIRA PRECÁRIA, DIZ DEPUTADO

Davi Maia alega que estrutura montada para monitorar chuvas e riscos de enchentes não tem sequer orçamento próprio

Por Marcos Rodrigues | Edição do dia 13/11/2019 - Matéria atualizada em 13/11/2019 às 06h00

A tragédia provocada pelas enchentes de 2010, que causou morte e destruição em Alagoas, deu origem, com recursos federais, a Sala de Alerta para monitorar e prevenir ocorrência de vítimas. Mas, segundo denúncia do deputado Davi Maia (PV), o equipamento funciona precariamente no governo Renan Filho (MDB). Ele não tem estrutura funcional, orçamento próprio e não existe no organograma da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh). "A Sala de Alerta não está no organograma da Semarh. Não está institucionalizada. E isso ocorre porque o Estado não tem uma política pública de meio ambiente e especialmente de prevenção de desastre. E é fácil observar isso. Basta pegar o orçamento do Instituto do Meio Ambiente para 2020 e ver que não existe nada para reparação de área degrada, como o plantio de árvores. Mas existem R$ 600 mil para gastar com propaganda", denunciou Maia. Ele acusou o IMA de ser um mero distribuidor de sacolas na praia e que isso é colocado como política ambiental. Nascido em Quebrangulo, ele revelou que a calha do Rio Paraíba está assoreada, o que significa que numa chuva mais forte com enxurrada pode transbordar e provocar destruição igual ou maior com a que foi registrada na época. De acordo com o parlamentar, que participou de um evento com especialistas em recursos hídricos, a situação é grave e pode ser ainda pior, porque já existem indicativos de que fortes chuvas deverão atingir o estado até o início da próxima década. "Iremos sofrer no próximo início de década um desastre ambiental e os governos, desde 2010, inclusive este não se prepararam para isso. Em Alagoas, existe o único radar meteorológico presente em uma instituição de ensino, seja pública ou privada, e é subutilizado porque não há cooperação ou parceria com o Estado. Ele custou R$ 13 milhões e outros R$ 400 mil por ano para a sua manutenção", disse Davi.

SEMIÁRIDO

Na mesma frequência, a deputada Jó Pereira (MDB) relatou sua participação na Conferência do Clima do Recife, em Pernambuco. E diante do que ouviu voltou a provocar o governo Renan Filho para a aplicação de recursos em políticas públicas para o semiárido. "Cobro a aplicação das políticas públicas. Temo que trabalhar por elas para que se tornem realidade na vida das pessoas. Direitos das comunidades indígenas, comunidades rurais, outras tradicionais e populações vulneráveis. Todas elas merecem nossa atenção", disse Jó contextualizando sua participação com a atuação como parlamentar. A deputada lembrou que atua na Assembleia Legislativa Estadual (ALE) com foco no coletivo e mesmo quando discorda das orientações governamentais se coloca de modo público e coerente. "Não faço oposição pela oposição", afirmou a deputada. Sua preocupação envolve a região do semiárido por conta da produção agrícola, mas também pela vida das pessoas e a falta de abastecimento de água. "Temos que fortalecer a pauta local e trazer Brasília para Alagoas afim de conhecer nossas realidades", destacou Jó, também cobrando do governo federal.

DESENVOLVIMENTO

A deputada defendeu o desenvolvimento local, com base em direitos e respeito às orientações climáticas e ambientais. "Precisamos enfrentar as questões climáticas", enfatizou Jó. De acordo com o que ouviu de especialistas, o aumento da temperatura e mudança de clima podem ampliar ainda mais os problemas que já enfrentamos em Alagoas. Seja pela falta de recursos hídricos, mas até de energia. "O aumento da seca e o aumento da evaporação afetam a produção agrícola e a criação de peixes. Lembro o percalço dos agricultores. Um ano sem sementes, sem aquisição das crioulas, sem assistência técnica e sem a certeza da continuidade das obras do Canal do Sertão. Será que todos vão continuar esperando?", disse Jó. Ela destacou a necessidade de apoio aos novos sertanejos, com investimento em educação, fixação em suas origens e que possam ter acesso ao conhecimento, seja do ensino fundamental até o superior. "O último censo aponta que teremos enormes dificuldades na região, não só pelas questões climáticas, mas por conta do aumento das pessoas idosas. O semiárido avança sobre outras regiões. Todos nós pagamos um alto preço pela falta de ações e execuções planejadas para a região", criticou. Em plena construção do orçamento, ela lembrou que a própria Constituição determina que a maior parte dos investimentos precisam ser destinados para a região. "É uma área prioritária para o nosso país. Todos os demais direitos também precisam ser garantidos por ser afetada pelas mudanças climáticas", completou a parlamentar.

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