app-icon

Baixe o nosso app Gazeta de Alagoas de graça!

Baixar
Nº 0
Política

PRESIDENTE DO SENADO PROPÕE NOVA CONSTITUINTE

.

Por DANIEL CARVALHO e FÁBIO PUPO - FOLHAPRESS | Edição do dia 13/11/2019 - Matéria atualizada em 13/11/2019 às 06h32

Brasília, DF - Pressionado a votar uma PEC (proposta de emenda à Constituição) para garantir a prisão após condenação em segunda instância, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), propôs ontem que se faça uma nova Assembleia Nacional Constituinte para que a Carta Magna seja reescrita. Ontem pela manhã, Alcolumbre afirmou que “a gente podia fazer uma nova [Assembleia Nacional] Constituinte. Todo mundo renunciava aos mandatos e a gente fazia uma nova Constituinte. Estou disposto a fazer. Se for para o bem do Brasil, a gente faz uma Constituinte”. Indagado se este era o momento oportuno para se fazer isso, ele respondeu: “Se for esta a prioridade...”. Após a entrevista, a reportagem questionou a presidência do Senado sobre a declaração de Alcolumbre. A assessoria de imprensa do senador informou que ele havia sido irônico ao propor uma nova Constituinte. Contudo, no início da tarde, Alcolumbre foi novamente abordado por jornalistas e negou que tenha sido irônico. “Não [falei com ironia]. Eu quero consultar os líderes. Vou consultar. De repente os líderes podem concordar, vai que dá certo”, afirmou.

SEGREDO

O presidente do Senado se mantinha em silêncio sobre o tema desde que o STF (Supremo Tribunal Federal) barrou a prisão após condenação em segunda instância, em decisão proferida na última quinta-feira (7). Senadores que querem reverter a decisão do STF ameaçam obstruir as votações para pressionar Alcolumbre. Um grupo de 43 senadores (53% do total), que já havia assinado uma carta a favor da manutenção da prisão em segunda instância destinada ao presidente do STF, ministro Dias Toffoli, quer ver a PEC do senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) votada em plenário até a semana que vem. Uma ala do grupo queria que Alcolumbre apreciasse a matéria já ontem, mesmo sem um relatório aprovado pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), que pode ser apresentado em plenário.

OBSTRUÇÃO

Os senadores que defendem esta medida dizem que a obstrução pode começar de imediato, o que comprometeria a votação dos destaques que foram apresentados para alterar a PEC paralela da reforma da Previdência. Caso Alcolumbre não ceda à pressão nesta semana mais curta por causa da reunião de cúpula dos Brics - grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul -, em Brasília, a presidente da CCJ, Simone Tebet (MDB-MS), pautará a PEC para apreciação na comissão na quarta-feira da semana que vem (20). Como deve haver pedido de vista, a votação na comissão ficaria para o dia 27 de novembro. O Legislativo funciona até o dia 23 de dezembro. Além da emenda constitucional, Tebet deve pautar também o relatório do senador Marcos do Val (Podemos-ES) tratando do pacote anticrime do governo Bolsonaro. Este texto traz uma alteração que garante a prisão após condenação em segunda instância, mas alterando o Código de Processo Penal. Esta mudança é mais fácil porque não exige 49 votos, mínimo necessário para aprovação de uma PEC.

Mais matérias
desta edição