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PF monta esquadr�o de combate ao crime organizado nos Estados

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ARNALDO FERREIRA A Polícia Federal montou um esquadrão de elite, com cinqüenta homens preparados para qualquer tipo de ação contra o crime organizado. Este grupo a princípio vai atuar no Rio de Janeiro, onde os bandos de traficantes implantaram o terror. ?Mas nada impede que o grupo da PF se desloque para outros Estados onde o crime organizado tente enfraquecer as instituições democráticas?, revelou o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, em entrevista na última quarta-feira antes de assinar o protocolo que inseriu Alagoas no Sistema Único de Segurança Pública. ?Um dos objetivos do Susp é trabalhar para livrar elementos das polícias envolvidos com o crime organizado?, disse o ministro. *** - Em quantos Estados do Nordeste foi implantado o Sistema Unificado de Segurança Pública- Susp? - Implantamos em três Estados do Nordeste. Alagoas foi o primeiro a assinar o protocolo. Considero como um passo muito bom para o governo federal, muito bom também para o governo estadual. - Como Alagoas entra neste processo? - Nós temos uma dívida de gratidão com o governo alagoano em matéria de Segurança Pública. - Na prática, como vai funcionar o Susp? - Na prática vai funcionar com uma conjugação de esforços, com gabinetes de gestão integrada, evitando o desperdício de recursos públicos e fazendo com que o serviço de inteligência seja mais eficiente. - Este programa prevê repasses de recursos financeiros de imediato para o Estado de Alagoas? - Tem um plano nacional e um plano estadual. Depois do plano, os Estados integrados vão elaborando os seus projetos sistêmicos e assim nós vamos repassando os recursos para os planos estaduais que objetivam organizar os esforços no combate ao crime organizado. - Mas, o convênio que o senhor assinou integrando Alagoas ao Susp de imediato já garante o quê? - Garante o ingresso do Estado de Alagoas neste sistema de segurança única do País e o trabalho que vai ser feito em conjunto. - Além de Alagoas, quais os outros Estados nordestinos que recebem os benefícios deste programa? - Todos os Estados vão ser beneficiados. Mas, agora assinamos com os Estados do Rio Grande do Norte e Piauí. - Como o senhor vê o crescimento de envolvimento de integrantes da polícia com o crime organizado em Alagoas e no Brasil de um modo geral? - Acredito que este é um ponto que temos de trabalhar fundamentalmente. Todas as polícias, como todas as instituições, têm de ser trabalhadas para serem liberadas desta promiscuidade. Até porque polícia é polícia e bandido é bandido. Este não é trabalho que se resolve como um milagre. Não dá também para dar um tiro de canhão e resolver a questão da noite para o dia. É um trabalho paulatino e este Sistema Único de Segurança Pública, que está sendo implantado no Brasil, objetiva também construir as relações de redirecionamento da atividade, de compromissos, a estabelecer as corregedorias de modo que se possa, progressivamente, purificar as instituições do Estado. Esta é a única maneira que as instituições têm de dar um combate eficiente ao crime organizado. - O sistema prisional em todo o País tem sido outro nó da questão neste combate ao crime organizado. O que o governo federal pensa em fazer para modificar as crises que explodem regularmente e de forma sincronizada em todo o sistema prisional brasileiro? - O governo pensa em fazer mudanças profundas em todo o sistema. Temos dito sempre que a prevenção é mais importante que a repressão. Só que não podemos dispensar a repressão neste momento em que o crime organizado está tão forte... - Mas, então o que fazer no sistema prisional? - Todo o sistema prisional está sendo repensado, está sendo reorganizado. Além disso, vamos construir cinco penitenciárias federais e já abrimos concursos para contratar os guardas penitenciários federais. - Onde vão ser construídas as cinco penitenciárias federais? - Vamos construir uma no Mato Grosso do Sul, uma no Rio Grande do Sul, uma em Brasília e mais duas em outros pontos. Desta maneira, teremos mais de mil vagas para prisioneiros de alta periculosidade ou aqueles que têm comando de grupos, como é o caso do preso Luiz Fernando da Costa - o Fernandinho Beira Mar -, que ficou sob a guarda da superintendência da Polícia Federal de Alagoas com apoio do governo deste Estado. Este tipo de prisioneiro precisa ficar isolado de suas organizações criminosas. Queremos deixar claro também que estamos fazendo um trabalho amplo e forte, que envolve ainda uma reforma profunda e radical do Poder Judiciário para nos adequar aos novos tempos do País. - Ministro, nesta empreitada de combate ao crime organizado no País, está prevista a utilização do Exército em algum momento ou em algum Estado onde a situação esteja fora de controle? - Está prevista a atuação do Exército. Claro, que não na rua porque o Exército não foi constituído para trabalho na atividade de polícia de rua. - Então, como seria a atuação do Exército? - A instituição está trabalhando em tarefas de inteligência. Nós temos um grupamento de Exército pronto para intervenções pontuais que serão feitas na medida do necessário. - Quer dizer que o Exército neste momento está trabalhando e faz serviços de apoio às polícias Federal, Civil e Militar em Estados violentos como Rio de Janeiro, São Paulo e outros? - O serviço de inteligência do Exército está trabalhando ativamente. Como disse antes, temos 1.500 homens aquartelados e prontos para a ação que for necessária. - Mas, além do trabalho de inteligência, o que há disponível para conter o crescimento do crime organizado que se alastra como câncer em todo o País? - Nós montamos um trabalho de elite na Polícia Federal que vai começar a exercer suas atividades no Estado do Rio de Janeiro. - Como é esse grupo? - É um grupo de cinqüenta homens, bem treinados, da Polícia Federal, providos de todos os recursos necessários, comandados por um grande delegado que vai ficar sob a orientação do diretor-geral da Polícia Federal, delegado Paulo Lacerda, que vai trabalhar um pouco no Rio de Janeiro. - Esse grupo só vai atuar no Rio de Janeiro? - Não. Não. Pode sair de lá do Rio de Janeiro e atuar em outros Estados onde haja necessidade de um combate forte ao crime organizado. - Alagoas tem focos violentos. A violência que ocorre aqui está ligada à política e ultimamente tem se especulado o envolvimento da violência política com o crime organizado. Como o Ministério da Justiça vê esta problemática e como pode tranqüilizar o povo alagoano? - Eu digo aos alagoanos que o trabalho de combate ao crime vai melhorar em todo o País e em Alagoas também. O Sistema Único de Segurança Pública traz o poder federal para dentro do Estado de Alagoas. Nós estamos investindo para melhorar o sistema de comunicação das polícias; vamos melhorar o sistema de inteligência. O governador está pedindo investigação nos serviços de perícia e de medicina legal, tudo isso faz parte do nosso projeto e dos programas de investimento. Por isso, acredito que a integração de Alagoas ao Susp é um acontecimento histórico. Efetivamente todo este trabalho de luta contra o crime não tem milagre, também não dá para a gente acordar e dizer que acabou o crime organizado. Este é um processo de inteligência, organização, uma atividade lenta e que no final dará resultados eficientes. - Quanto, em recursos financeiros federais, há para ser aplicado nos Estados este ano? - Olha, é alguma coisa parecido com quatrocentos milhões de reais, fora a aplicação direta em projetos especiais e emergenciais como, por exemplo, esta tropa de elite da Polícia Federal deslocada para atuar no Rio. - O que o senhor espera dos Estados que estão se integrando ao Susp? - Para todo o sistema apresentar os resultados que nós e a sociedade esperamos tem de haver sinergia, parcerias, tem de ocorrer o aproveitamento de outras experiências que deram certo. O que queremos mesmo é integrar e organizar o País na luta contra o crime.

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