app-icon

Baixe o nosso app Gazeta de Alagoas de graça!

Baixar
Nº 5759
Política

Jos� Bernardes

GUILHERME PALMEIRA * Se a morte de José Bernardes foi um duro golpe para Alagoas, para os amigos foi uma tragédia de que muitos ainda não se recuperaram. Eu, entre eles, pois mais que o companheiro de todas as horas, sua perda tocou-me ainda mais fundo

Por | Edição do dia 17/03/2002 - Matéria atualizada em 17/03/2002 às 00h00

GUILHERME PALMEIRA * Se a morte de José Bernardes foi um duro golpe para Alagoas, para os amigos foi uma tragédia de que muitos ainda não se recuperaram. Eu, entre eles, pois mais que o companheiro de todas as horas, sua perda tocou-me ainda mais fundo, como a um de seus muitos irmãos. Não choro só o político, não pranteio apenas o homem público, nem lamento, enfim, o passamento do cidadão exemplar, do pai de família extremoso, do homem solidário e do médico, paradigma de grandes e numerosas virtudes. Eu o tive a meu lado, desde que ambos, ainda jovens, traçávamos os rumos de nossas vidas, como linhas paralelas que o destino uniu para que só a morte pudesse separar. Orgulho-me de tê-lo feito secretário da Saúde, dos maiores, dos mais capazes, dos mais operosos e dos mais dedicados que Alagoas já teve. Embalado de um lado por sua competência e de outro por sua modéstia, fez obra de mestre e pioneiro. Descentralizou e interiorizou as ações de saúde, antecipando-se em muitos anos ao que veio mais tarde a ser diretriz de todos os governos, ainda hoje em muitos Estados não concluída. Imbuído da fé do missionário que fez dele o Zé de todos os Zés, amigo de todos os amigos que granjeou ao longo de uma brilhante e iluminada vida, fincou raízes no coração do povo alagoano, a sua gente, para o qual tanto trabalhou. Sua carreira como político foi o coroamento dessa existência, por todos os títulos digna e digna por tantos e incontáveis feitos. Prezo-me de sua amizade, dos milhares de votos que granjeou com a única arma capaz de conquistar o coração de seus eleitores, a solidariedade que nunca negou a ninguém, do mais humilde, ao mais ilustre de seus conterrâneos. Para mim, continuou sempre o mesmo Zé meu compadre de tantos desafios, de tantas conquistas e capaz de despertar tão profunda admiração e amizade que a morte não me fará esquecer. Que Deus, em sua infinita misericórdia, o acolha em seu reino, e permita que as preces de tantos a quem ajudou iluminem seu espírito. A sua será uma aura de candura, ternura e humanidade que foram alguns dos seus mais finos ornamentos em sua proveitosa vida terrena e de tão rica personalidade. Sua lembrança confortará sua esposa e companheira. Marta, seus filhos, Suzanna, Sammya, minha afilhada e de Suzana minha mulher, e Júnior, seu genro Marcelo e toda a sua família. Mas tenho também a certeza de que não se apagará da memória dos muitos Zés que, como eu, ele conquistou para esta e a outra vida que continuará a nos inspirar. (*) É MINISTRO DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Mais matérias
desta edição