Política
Entidades protestam contra projeto

Entidades de portadores de deficiência estão protestando contra um projeto de lei da Secretaria Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT), que prevê gratuidade nos ônibus coletivos somente para deficientes físicos, deixando de fora os deficientes mentais, visuais, auditivos, múltiplos e portadores de doenças crônicas. A proposta está para ser enviada para a Câmara Municipal de Maceió, onde será votada pelos vereadores. O assunto vai ser novamente debatido na próxima terça-feira, às 15 horas, na sede da SMTT, mas os dirigentes de entidades têm poucas esperanças de modificar o projeto. O Comitê Estadual de Apoio aos Deficientes (Cead) afirma que a empresa contratada pela SMTT para elaborar o projeto visitou as entidades para levantar suas demandas. No entanto, desconhecendo a realidade do setor e discutindo apenas com os empresários, a empresa elaborou um projeto alienado da realidade e desconheceu uma pesquisa realizada no ano passado sobre o problema. As crianças deficientes começam as aulas na parte da manhã, às 7h30, mas está previsto que os carros só sairão da garagem às 8 horas, por exemplo, ressaltou a direção do Cead. Um documento do Comitê, endereçado ao superintendente da SMTT, José Rubens, apresenta como anexos as opiniões de várias entidades sobre o projeto. Assim, a Sociedade Pestalozzi de Maceió, que cuida de portadores de deficiências mentais e múltiplas, diz que desconhecendo sua demanda de 278 usuários, o projeto destina apenas 32 vagas à entidade. Além disso, a adaptação dos veículos não levou em consideração a necessidade de acompanhante, fundamental no caso de deficientes mentais. O projeto não contempla, ainda, o atendimento a novos casos, que surgem freqüentemente, acentua sua presidenta, Tereza Nelma Porto.