Política
Convoca��o abre debate sobre f�rias no Congresso

Brasília ? Duas propostas em tramitação no Congresso Nacional tentam acabar com o privilégio de deputados e senadores, que têm três meses de férias. A convocação especial feita pelo presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha (PT-SP), com o argumento de que a agenda de votação das reformas da Previdência e tributária está apertada, custará aos cofres públicos R$ 15,1 milhões. Cada um dos 513 deputados e 81 senadores receberá, além do salário normal, outros dois salários no mês. Uma proposta, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), acaba com o recesso parlamentar do meio do ano. ?Férias de julho são boas para as crianças de escola, não para homens sérios como deputados e senadores?, afirma Paim. Outra proposta, em tramitação na Câmara dos Deputados, acaba com os dois meses de férias dos parlamentares. Portanto, cada parlamentar trabalharia 11 meses no ano e folgaria outro. A possível aprovação dos textos terminaria com a discussão, considerada ?demagógica? por alguns parlamentares, da destinação dos recursos recebidos a mais pelos deputados e senadores. Neste ano, surgiu a idéia de repassar o dinheiro para o programa social Fome Zero. Mesmo com a possibilidade de melhorar o trabalho do Congresso e de diminuir os gastos públicos, nenhuma das propostas caminha aceleradamente. A da Câmara, de acordo com o líder do PT no Senado, Tião Viana (AC), está na Casa desde 1995. Paim, que prometeu apresentar sua sugestão há três semanas, só a levou ao plenário quarta-feira.