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MP quer explica��es sobre “processo engavetado”

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MARCOS RODRIGUES A morte do professor Paulo Bandeira, em Satuba, com a possível participação, como autor intelectual, do prefeito Adalberon de Moraes (PTB), detonou uma crise interna no Ministério Público (MP) de Alagoas, que vem expondo o procurador-chefe Dilmar Camerino. As correntes de oposição ao seu terceiro mandato não perderam tempo e vêm cobrando explicações. Em duas reuniões do Colégio de Procuradores ele foi cobrado sobre a demora, cinco meses, do MP em encaminhar ao Tribunal de Justiça (TJ) o pedido de prisão relativo a outro processo que investigou a morte do funileiro Jeams Alves dos Santos. Nele, o prefeito também aparece como autor intelectual. O pedido só foi encaminhado à Justiça depois que o procurador-geral-substituto em exercício, Carlos Alberto Torres, analisou o caso em 48 horas. Para alguns integrantes do Colégio de Procuradores, o caso não se justifica e a demora deixou exposto, de forma negativa, o Ministério Público. O crítico mais severo da atitude do procurador Dilmar Camerino é o também procurador Sérgio Jucá. Segundo ele, é fundamental um explicação convincente do chefe do MP sobre este caso, principalmente diante das cobranças que a sociedade vem fazendo para o esclarecimento do crime. Colégio Na última terça-feira, durante a reunião do Colégio de Procuradores, Jucá voltou a pedir explicações do procurador Dilmar Camerino. Sua principal crítica é quanto à falta de celeridade do chefe do MP em remeter os processos e encaminhamentos do poder. Além disso, ele também pediu esclarecimentos sobre sua últimas declarações à imprensa, além de também acreditar que Dilmar demorou em intervir na discussão sobre a emenda constitucional, enviada à Assembléia Legislativa, proposta pelo governo e que define o teto salarial dos três poderes. O Ministério Público, ficou de fora. Jucá foi interpretado pelo procurador Dilmar como alguém que o estava perturbando e preferiu se retirar da reunião. ?Estou me retirando para continuar sendo o homem que sempre fui e sem cometer desatinos?, afirmou Camerino. Gaveta O procurador-chefe Dilmar Camerino teme que o caso continue ganhando repercussão negativa e ele volte a ser acusado de ter engavetado o assunto. Indagado sobre o processo, ele explicou que o que havia chegado ao seu conhecimento oficial foram peças do processo e não a íntegra, por isso, preferiu aguardar. ?Isso são especulações lamentáveis de pessoas desavisadas, que se aproveitam de determinadas situações para extravasar sentimentos pessoais. O MP tem de ser responsável sob todos os aspectos?, afirmou Dilmar. A reportagem da GAZETA ouviu de funcionários do próprio MP que o órgão vem enfrentando problemas com o volume de processos para serem analisados. Segundo estes funcionários, existem apenas seis pessoas para avaliar centenas de processos, o que, naturalmente, compromete a celeridade da maioria deles. Outro detalhe revelado é quanto ao clima de disputa interna que vem imperando no MP. Crítica Mas as críticas contra a demora do MP em remeter o caso Jeams ao TJ não partem somente do próprio MP. De passagem por Alagoas para acompanhar o caso do professor Paulo Bandeira, o ouvidor especial de Direitos Humanos da Presidência da Republica, Pedro Montenegro, também teceu críticas à demora do MP em remeter o caso à Justiça. ?Recebemos uma denúncia de que este processo (Caso Jeams) demorou, ficou adormecido. Justamente um processo dessa natureza, isso é inconcebível e inaceitável, principalmente nesta instituição, pela qual tenho o maior respeito, pois é o depositário da cidadania e o fiscal da lei e não pode comprometer sua credibilidade com uma demora dessas?, opinou Montenegro. Inquérito Segundo o inquérito encaminhado ao Ministério Público, dois seguranças do prefeito - Ananias Lima (cabo Lima) e Augusto dos Santos (cabo Augusto), são acusados de ter feito os disparos que mataram o funileiro Jeams. Todos os levantamentos realizados pela polícia apontaram nesta direção, por isso, eles também foram recolhidos ao presídio militar preventivamente, onde estão à disposição da Justiça. Em função destas evidências e do depoimento de testemunhas que socorreram Jeams, a polícia não teve dúvidas em indiciar o prefeito Adalberon. O processo em que é citado foi encaminhado ao procurador-geral Dilmar Camerino, por se tratar de uma autoridade municipal com foro privilegiado.

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