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Valor da folha do Legislativo � mantido em sigilo

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ARNALDO FERREIRA Com um orçamento mensal superior R$ 6 milhões, a Assembléia Legislativa de Alagoas é considerada um dos parlamentos mais caros do País, principalmente se levada em conta a situação econômica do Estado. O valor exato da folha de pagamento dos 1.857 servidores é de conhecimento apenas de dez deputados da mesa diretora. Eles mantêm os números da movimentação financeira sob sigilo rigoroso. O primeiro secretário da mesa - cargo que eqüivale ao de tesoureiro-geral do Poder, deputado Arthur Lyra (PMDB), encarregado de fazer os pagamentos em dia, mantém reserva sobre o valor da folha, seguindo a tradição dos ex-primeiros secretários da mesa diretora. Deputados A maioria dos deputados que não é da mesa diretora também desconhece o valor da folha. ?Há cinco anos, solicito um extrato do duodécimo. Na verdade, gostaria de saber como são gastos os recursos destinados ao Legislativo. A mesa promete, mas, na verdade, nunca nos entrega a movimentação de gastos do duodécimo?, revelou o deputado Paulo Fernando dos Santos, que sequer ousa dizer qual o valor da folha. Sigilo O primeiro secretário da mesa se apega ao regimento da Casa, que determina a publicação da folha de pessoal, no Diário Oficial, no início ou no fim de cada legislatura, e não divulga nada à imprensa. A GAZETA DE ALAGOAS questionou o deputado Arthur Lyra sobre qual era o valor da folha e, para não revelar, o parlamentar justificou os últimos acontecimentos de desencontros de informações entre a Procuradoria Geral do Trabalho e ele. Uma de suas declarações dá conta de que do universo de 1.426 pessoas apenas 28%, algo em torno de 400 funcionários, comparecem com freqüência para trabalhar na sede do poder. Porém, Arthur Lyra não confirma que o poder mantém funcionários fantasmas na folha de pagamento. Garantiu, inclusive, que os servidores que não estão no gabinete da sede da Assembléia estariam à disposição de deputados, no Interior. Lyra sustenta que o poder tem feito um esforço grande para pagar em dia, saldar dívidas atrasadas com servidores e credores, e está reformando um dos prédios anexos, onde estão sendo reconstruídos 14 gabinetes modernos para deputados que hoje não têm sala para atender. Com relação às dúvidas que a Procuradoria do Trabalho encontra na folha, disse: ?É só o procurador Alpiniano Prado oficializar as dúvidas que a mesa da Assembléia terá todo o prazer de atender às solicitações?. O presidente da mesa, deputado Ceslo Luiz (PSB), na sexta-feira, se submeteu a uma pequena cirurgia e não pôde comentar o assunto. Mas, a assessoria diz que a mesa é transparente. Apesar da preocupação do primeiro secretário em demonstrar a transparência do poder, os servidores ligados ao Sindicato e à Associação dos Aposentados estão convictos de que há irregularidades na folha. ?Basta a Procuradoria do Trabalho cruzar as folhas antigas da Assembléia com a atual que vai encontrar muita coisa estranha?, disse um dos servidores, que pediu para não ter seu nome revelado. A direção do Sindicato dos Trabalhadores não aceita as críticas da mesa. O presidente do Sindicato, Aroldo Loureiro, diz que o problema pode ser resolvido com a adoção do ponto funcional.

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