Política
Assembl�ia: PGU deve iniciar investiga��es ainda este m�s

A Procuradoria Geral da União (PGU) deverá iniciar ainda este mês as investigações sobre os indícios de irregularidades detectados numa conta mantida pela Assembléia Legislativa de Alagoas (ALE) no Banco Mercantil S/A, envolvendo a movimentação de R$ 13 milhões, referentes ao duodécimo daquele poder no biênio 97/98. Do processo que foi enviado a Brasília constam 48 volumes, fruto de dois anos de investigações de promotores Vicente Félix e George Sarmento, da Fazenda Pública. Além de 80 servidores da Assembléia Legislativa, que, segundo se descobriu, teriam sido proprietários de contas fantasmas, a PGU investiga a participação de integrantes da Mesa Diretora da ALE, que, na época, tinha à frente o ex-deputado João Neto. Sabe-se que o processo vinha sendo investigado pelo Ministério Público desde 2000, mas por envolver também autoridades com foro privilegiado, seguiu para a capital federal na semana passada. As falhas foram detectadas por técnicos do Banco Central, regional Pernambuco, chefiados pelo delegado Pedro Rafael Lapa. Feita uma apurada investigação em todas as contas do Banco Mercantil S/A, foram constatados problemas e encaminhado um relatório ao Ministério Público (MP) de Alagoas. O que mais chamou a atenção dos técnicos durante a investigação foi o volume de recursos depositado mensalmente. Alguns servidores, de acordo com a documentação, chegaram a movimentar, num só mês, até R$ 600.000. Desconhece Ouvido pela GAZETA DE ALAGOAS, na última sexta-feira, o presidente da época, João Neto, confirmou a existência das contas do Legislativo no Mercantil, mas se eximiu de qualquer responsabilidade com as movimentações consideradas ilegais. Ele garantiu desconhecer detalhes dessa movimentação em contas de parlamentares. ?Minha assinatura não está em nenhum cheque. Essa era uma responsabilidade do primeiro-secretário?, afirmou. Ontem, o ex-deputado Júnior Leão, o primeiro-secretário à época, negou sua participação em qualquer irregularidade envolvendo a ALE. ?Não conheço o processo e nunca fui notificado sobre nada?, afirmou. A GAZETA DE ALAGOAS procurou ouvir os demais integrantes da Mesa no biênio 97/98, para que se pronunciassem sobre as denúncias, mas até o fechamento desta edição não conseguiu nenhum contato com os mesmos.