Política
Rossetto critica mil�cias de fazendas e vendas de lotes em assentamentos

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, disse, ontem, em Maceió, que o governo federal não vai tolerar as milícias de fazendeiros contra grupos de trabalhadores sem-terra. No mesmo recado, acrescentou, também, para os integrantes do MST, que sua pasta não admitirá o comércio de lotes nos assentamentos legalizados ?O problema da venda de lotes em assentamentos é nacional. No caso de Alagoas, o comércio ocorre nos 67 assentamentos regularizados?, destacou o ministro, com base nas informações do Incra no Estado. As pessoas que compraram terras em assentamentos vão perder os imóveis. ?Já determinamos que os bens comercializados sejam reincorporados ao patrimônio da União mediante ações judiciais e depois redistribuídos às famílias de sem- terra?, frisou Rossetto. Em Alagoas, segundo o Incra, existem 5mil famílias acampadas, à espera de lotes. Grupos Quanto às milícias, o ministro foi informado de que fazendas do Sertão e Agreste têm pistoleiros preparados para rechaçar as ações de ocupação dos grupos de sem-terra. Porém, a preocupação do ministério é maior com relação aos fazendeiros da zona da mata que, por intermédio de um vereador de Joaquim Gomes, Demétrio Gomes Neto, tentam criar a Associação de Defesa dos Fazendeiros. ?Estamos tentando criar uma frente contra as invasões de terra. Hoje, no Brasil, só se defende o lado dos sem-terra?, afirmou Demétrio à GAZETA DE ALAGOAS O ministro rebateu as alegações do vereador. ?A lei é para todos: fazendeiros e MST. Rossetto lembrou que há determinação do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, para abrir inquéritos sobre grupos armados de fazendeiros. Rosseto esteve em Arapiraca, onde discutiu com os integrantes do MST e da Comissão Pastoral da Terra (CPI) o Programa Plurianual (PPA) do governo federal. Novamente as lideranças dos sem-terra cobraram obras de infra-estrutura nos assentamentos, escolas, postos de saúde e a rolagem da dívida do Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf). A dívida nacional do MST hoje está em R$ 2,4 bilhões. O ministro tranqüilizou os assentados ao afirmar que estava autorizado a renegociar a abertura de novas linhas de crédito. Já os cinco mil acampados, até o final de julho recebem cestas básicas e depois vão ser cadastrados nos programas sociais como Bolsa-Renda, Bolsa-Alimentação e Vale-Gás.