Política
Dirceu admite mudar reforma da Previd�ncia

Brasília - Um dia após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva concordar com mudanças na reforma da Previdência, o ministro da Casa Civil, José Dirceu, admitiu ontem a possibilidade de alterar a proposta de reforma encaminhada pelo governo ao Congresso. Dirceu, no entanto, não mencionou em que pontos o governo estaria disposto a ceder. Segundo Dirceu, as possíveis alterações no texto da reforma, exigidas pelos funcionários públicos em greve a partir de ontem, devem ser negociadas com as lideranças dos partidos e com o relator da proposta de reforma na comissão especial da Câmara, deputado José Pimentel (PT-CE). ?O ministro Ricardo Berzoini [da Previdência,] está acompanhando as negociações no Congresso e eu acredito que existe a possibilidade real de avançarmos para uma alternativa, uma solução?, disse. segunda-feira, em encontro com o presidente do STF (Superior Tribunal Federal), Maurício Corrêa, Lula admitiu fazer mudanças na regra de transição para todos os servidores públicos. Relator Apesar de adiantar a possibilidade de mudanças para chegar a um consenso, Dirceu não mencionou em que pontos o governo estaria disposto a ceder. ?Quem tem que falar sobre isso é o relator quando apresentar o seu relatório?, afirmou. A orientação do governo, conforme expressa Dirceu, é que qualquer alteração na reforma valha para todos os beneficiários da Previdência. ?Qualquer mudança na reforma da Previdência depende do Congresso Nacional e do ponto de vista do governo ela deve ser extensiva a todos os servidores públicos.? Bancada Ruralista O ministro José Dirceu, afirmou ontem que não existe tensão entre o governo e a bancada ruralista no Congresso Nacional. ?Não há nenhuma razão, nenhum fato que justifique essa situação, que eu considero artificial?, afirmou. O ministro não adiantou se o presidente Lula insistirá em conversar com os ruralistas, mas afirmou que a questão do campo não dificultará a tramitação das reformas. Ele disse que a preocupação do governo é controlar os conflitos no campo. ?Não pode haver milícias particulares, não pode haver atentados, não pode haver repressão pelas próprias mãos. É para isso que existe a justiça?, afirmou o ministro, acrescentando que os movimentos sociais também têm que se ater à lei.