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Sarney denuncia ‘manobras sujas’ no processo eleitoral

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Brasília ? Se o governo esperava um tom brando, surpreendeu-se. O ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) conseguiu constranger politicamente o presidente Fernando Henrique Cardoso e o pré-candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, que estrategicamente ausentou-se do plenário do Senado na tarde de ontem. Em mais de uma hora de discurso, sem permitir apartes de nenhum colega senador, Sarney afirmou, com a devida diplomacia, que o governo federal permitiu que a disputa presidencial fosse contaminada por ?manobras sujas?, que colocam em risco a democracia e os direitos individuais. Ele afirmou que se sente ?amargurado? diante dos fatos e disse que pedirá a organismos internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU) ou a Organização dos Estados Americanos (OEA), que as eleições no Brasil sejam monitoradas por observadores. Sarney afirmou não ter dúvidas de que foi montada uma operação ? ?cercada pelas devidas formalidades? ? para afastar a sua filha, a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, da disputa presidencial. Ele afirmou que a ação da Polícia Federal no escritório da empresa Lunus, de Roseana e do marido dela, Jorge Murad, foi arbitrária e ilegal, e comparou o atual governo com ditaduras, como a de Alberto Fujimori. ?Uma eleição não é fraudada somente nas urnas. O processo pode começar fraudado?, frisou. O ex-presidente disse que o episódio o deixou perplexo e decepcionado com o presidente Fernando Henrique. Sarney lembrou que, há dois meses, teve uma conversa sincera com o presidente e o aconselhou a não deixar que seu governo fosse ?conspurcado no processo sucessório? e que ele agisse com firmeza para assegurar que o ?jogo fluísse sem manobras sujas?. De nada adiantou o conselho, disse Sarney. Impeachment Ao enumerar, sob o ponto de vista jurídico, provas de que a ação da PF foi ilegal, Sarney tocou numa antiga ferida de Fernando Henrique e lembrou que está parado na Câmara dos Deputados um pedido de abertura de processo de impeachment contra ele para investigar a denúncia de que o governo comprou os votos de parlamentares para aprovar a emenda da reeleição. Da aprovação da emenda dependia o segundo mandato de Fernando Henrique. O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, ministro Arthur Virgílio (PSDB-AM), reagiu ao discurso do ex-presidente e senador José Sarney de que o Estado foi colocado a serviço de manobras para prejudicar a campanha à Presidência de sua filha. Arthur Virgílio, que passou o dia na liderança do governo no Congresso, de onde assistiu à fala de Sarney, classificou como ?injustas? as declarações do ex-presidente. ?Foi um discurso polido, mas muito injusto com o presidente Fernando Henrique?, comentou o ministro. ?Reconheço o desabafo de pai, mas não o Estadista?, declarou Virgílio, que espera que o ex-presidente, depois de passar a fervura do momento, reavalie as suas afirmações.

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