Política
For�a-tarefa come�a a investigar relat�rio do TC

MARCOS RODRIGUES A Força-tarefa federal enviada ao município de Satuba, pela Auditoria Geral da União, para investigar a aplicação de recursos federais, começa oficialmente os seus trabalhos de devassa nas contas da gestão do prefeito Adalberon de Morais, tendo como base o relatório de auditores do Tribunal de Contas (TC) do Estado, que será encaminhado, amanhã, ao presidente do órgão, Edval Gaia. A solicitação para o encaminhamento do documento já foi feita ao diretor de Fiscalização Municipal do TC, Dário César. A razão para o pedido do relatório é o minucioso trabalho que foi realizado envolvendo informações sobre recursos estaduais e federais. Para fundamentar, ainda mais, as investigações, será anexado ao texto final o parecer da Secretaria Estadual da Fazenda, que analisou as notas fiscais encontradas durante as diligências. A análise confirmou a desconfiança dos técnicos de que as notas realmente não estavam legalizadas. Os dados colhidos serão analisados e podem, também, determinar novos levantamentos na cidade. Oficialmente, o trabalho dos técnicos do TC contará, também, com o auxílio da Polícia Federal. A Comissão enviada ao Estado é formada por quatro servidores, que só deixarão a cidade quando conseguirem mapear onde estão os valores enviados pelo governo federal para aplicação nas áreas sociais. Ainda na sexta-feira, o chefe da força-tarefa esteve na cidade, mantendo contato com o prefeito em exercício, José Zezito dos Santos, e funcionários da prefeitura. Investigação A investigação será iniciada amanhã e acontecerá por determinação da Procuradoria Geral da União, que foi provocada pelo Ministério da Educação. Numa reunião que contou com a presença do ministro Cristovam Buarque e do coordenador Nacional do Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério (Fundef), Satuba foi citada como uma cidade pólo do trabalho do grupo. Porém, não está descartada a ida a outras cidades. Na fase de levantamentos da aplicação dos recursos serão investigados os responsáveis pelos projetos que receberam verbas federais. Um dos que serão ouvidos pelos técnicos é o engenheiro Robson Persiano. Ele era o responsável pelas licitações de empresas contratadas pela prefeitura e teve seu nome citado no relatório parcial apresentado pelo presidente do TC. Segundo o TC, sua empresa, a Araújo e Bezerra, também será investigada, assim como outras de menor porte que também realizaram obras em escolas da cidade. Durante toda a semana, a reportagem da GAZETA DE ALAGOAS manteve contato com a Prefeitura de Satuba. Lá, ele não foi encontrado, nem autorizou os funcionários a fornecer telefones de contato. Entre os recursos envolvidos estão os que se referem ao Programa de Adequação de Prédios Públicos (PAPP). O Fundef merecerá uma atenção especial, por causa do desejo do governo federal de tornar as investigações sobre o caso um episódio modelo. A razão para esta determinação existe devido à repercussão nacional do assassinato do professor Paulo Henrique da Costa Bandeira. Sua morte chocou o secretário Nacional de Direitos Humanos e o próprio ministro da Educação. Cada um, em sinal de apoio às investigações já iniciadas, enviou ao Estado representantes para acompanhar o caso de perto. Representando a secretaria, veio o ouvidor nacional, Pedro Montenegro. Em dois dias na cidade, a equipe federal manteve contatos com representantes dos três poderes, a fim de garantir isenção nas investigações e, principalmente, resultados.