Vigil�ncia Sanit�ria admite com�rcio de carne clandestina

ISMERY CAVALCANTE Os 800 mil habitantes maceioenses estão com sua saúde em risco, por causa do consumo de carne clandestina que acontece na cidade. A existência desse tipo de carne no Mercado da Produção de Maceió foi confirmada por comerciantes e pelo próprio setor da Vigilância Sanitária Municipal do estabelecimento. Denúncias dessa natureza são registradas, mensalmente, no setor de Vigilância Sanitária Municipal do mercado, segundo confirmou o médico veterinário da vigilância, José Cavalcanti da Silva. As carnes clandestinas, em sua maioria, são de pequenos animais das espécies caprinos e suínos. O mercado público do Tabuleiro do Martins, onde o profissional também faz a fiscalização, é outro alvo de denúncias. De acordo com o veterinário, na semana passada, foi constatada a venda clandestina de carne bovina. A tentativa de evitar o comércio ilegal faz a Vigilância Sanitária Municipal fiscalizar todo o abastecimento de carne nos mercados públicos da capital, verificando a procedência do produto até a comprovação de abate em matadouro com a presença da inspeção federal do Ministério da Agricultura do Estado. Este ano, a vigilância recebeu denúncias e apreendeu carnes, que foram jogadas no lixão. O procedimento se dá da seguinte forma: o setor recebe a denúncia, investiga, apreende o material clandestino e, em seguida, leva-o para o lixão e, assim, evita o consumo . As carnes clandestinas, segundo o veterinário, em sua maioria, são abatidas em matadouros desconhecidos, geralmente sem as mínimas condições de higiene. ?São problemas que colocam em risco a vida de muita gente?, acentuou. Denúncias O veterinário José Cavalcanti admitiu ter conhecimento da existência da carne clandestino por causa das denúncias. ?Não posso afirmar, no momento, quem são os comerciantes de mercados públicos que vendem este tipo de carne, mas quando recebo as denúncias apreendo a mercadoria?, garantiu. O consumo da carne clandestina podem causar sérias conseqüências à saúde da população. Verminose, infecção intestinal e sistocercose (que significa tumor no cérebro), são algumas das doenças que podem ser transmitidas. Horários Os comerciantes do Mercado da Produção preferem não assumir a ligação com o comércio de carne clandestina, mas admitem a existência desse tipo de carne no mercado. O comerciante Paulo Sérgio, proprietário de um açougue no mercado, disse que as carnes clandestinas chegam ao mercado em horários em que não têm fiscalizações da Vigilância Sanitária. ?Se há denúncias comprovadas nesse sentido é porque o produto chega às escondidas?, salientou. Paulo Sérgio aproveitou para alertar a população a não se deixar enganar por carnes com preços baixos e de má qualidade. ?As vezes os comerciantes irregulares baixam os preços do produto somente para lesar os consumidores?, disse. Outro açougueiro, Antônio José, não nega o problema. Explica que carne clandestina é mais ensangüentada. Ele aproveita para orientar a população a comprar carnes em estabelecimentos que tenham o carimbo da inspeção federal, uma vez que comprova a regularização do comércio.