Política
Minist�rio investiga liminares que impedem cobran�a de energia

MARCOS RODRIGUES O Ministério das Minas e Energia vai instaurar um procedimento administrativo para saber por que em Alagoas a companhia energética está impedida de cobrar o consumo de energia elétrica de algumas empresas que estão amparadas por liminares concedidas pelo judiciário alagoano. Mas, além de empresas, existem pessoas físicas que também conseguiam se beneficiar das decisões dos juízes. A ministra Dilma Roussef foi comunicada do problema a partir de ofício encaminhado ao ministério pelo deputado federal João Caldas. O parlamentar tomou conhecimento do problema depois de contatos mantidos com a direção da empresa. Ele pediu no documento que sejam feitos levantamentos sobre o que vem ocorrendo no Estado. Comissão O ministério, porém, ao comunicar que tomaria providências não deu detalhes de como deverá se proceder. A princípio é possível, segundo técnicos de Brasília, que seja feita apenas uma solicitação de informações direto ao próprio judiciário. Caso não dê resultado, não está descartada a vinda de uma comissão para obter mais informações sobre o problema. Há dois meses o presidente da empresa, Joaquim Brito, denunciou o fato à imprensa. Segundo os dados colhidos no setor de cobrança, o prejuízo chega a R$ 60 milhões em dívidas. ?Estamos tentando reverter esse quadro para atingir as metas de recuperação da empresa e recuperá-la financeiramente?, afirmou à época. Brito estranhou o fato e chegou a manter contatos com o presidente do Tribunal de Justiça, mas ainda não conseguiu reverter o quadro. Numa exposição para o sindicato o presidente, que é ex-sindicalista, demonstrou que o setor jurídico da empresa estava encontrando dificuldades em derrubar as ações, mas garantiu empenho nesse caso. Ele mostrou, por meio de um quadro comparativo, que as liminares foram aumentando a cada mês. Entre 2001 e 2002 o número de ações teve um aumento considerável e vinha passando despercebido. Do encontro com os trabalhadores a única certeza é a de que o valor que deixa de ser arrecadado vem comprometendo investimentos importantes na área de distribuição de energia e manutenção. ?Se por um lado ganhamos com ações de corte no fornecimento irregular ou clandestino, deixamos de arrecadar uma quantia considerável?, refletiu. Política A ação do deputado João Caldas, segundo observadores políticos, é um gesto em apoio à presidência da empresa, indicada pelo PT. Lá o PL também emplacou duas indicações. Como a orientação nacional do PT é de que os partidos que integraram a frente e hoje fazem parte da bancada de apoio ao governo federal mantenham suas alianças estaduais, esse pode ser interpretado como o primeiro passo. Essa proximidade garantirá ao partido de Caldas a possível indicação do vice apresentado pelo PT para 2004.