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Política

SINDPOL VÊ RETROCESSO OPERACIONAL

Para sindicato, política de segurança pública de Alagoas permanece inalterada no atual governo

Por arnaldo ferreira | Edição do dia 07/12/2019 - Matéria atualizada em 07/12/2019 às 06h00

/CISP de Maribondo também foi erguido com o mesmo material dos demais e que os policiais alegam ser “muito frágil”
/Unidade da Polícia Militar em Maribondo é a única estrutura que sinaliza segurança

“A política de Segurança Pública do estado de Alagoas não mudou em nada nos últimos cinco anos. Estamos vendo a volta ao passado com o fechamento de delegacias no período noturno. Nos municípios pequenos, as delegacias estão fechadas e a população conta com ronda. As delegacias que ainda funcionam estão em condições deploráveis, não têm a acessibilidade digna para portadores de deficiência e na maioria delas, os imóveis têm sérios problemas nas redes hidráulicas e elétricas. As mais antigas não têm condições de atender a população. Nos novos Centros Integrados de Segurança Pública também têm graves problemas na frágil estrutura física. A avaliação é do presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sindpol), Ricardo Nazário da Silva. Em Maceió a situação também não é diferente. De acordo com o sindicalista, “as delegacias estão fechando as portas a partir das 18 horas. A situação, além de absurda, representa um retrocesso na segurança pública”. Os problemas prejudicam o combate às organizações criminosas e o tráfico de drogas que migrou para os municípios. “Recentemente, a Delegacia Geral da Polícia Civil publicou portaria que compromete a operacionalidade das delegacias que funcionavam no fim de semana, sobretudo no interior. A situação, que já era ruim, agora vai piorar”. Ao justificar a afirmação, Ricardo Nazário disse que com a nova portaria os casos de flagrantes em qualquer interior do estado terão de ser remitidos para a capital. Como exemplo destacou que “um caso de flagrante feito pela Polícia Militar no município de Delmiro Gouveia [distante 291 quilômetros da capital], o material e as pessoas apreendidas terão de ser deslocadas para Maceió a fim de ser lavrado o flagrante. Isto porque a delegacia não tem plantão”. Para o sindicalista, não há como falar em política de segurança pública desse jeito. “O que percebemos é muito marketing para promoção pessoal do governador”, lamentou. O presidente da Associação dos Delegados de Polícia de Alagoas (Adepol), Robervaldo Davino, também não esconde a preocupação com o atual modelo de segurança pública que reduz os efetivos de delegados e policiais das cidades, com o fechamento de delegacia e com acúmulo de função dos delegados. Davino confirmou que a maioria dos colegas do interior acumula o comando de delegacias de até cinco municípios. “É impossível o delegado desempenhar a atividade dele em vários municípios e ainda dar plantão. Como os plantões eram de graça, significava trabalho escravo”, criticou. Nos bastidores da Polícia Civil há indicativos dando conta que vários delegados evitam trabalhar nos plantões. A informação, porém, não foi confirmada. Pelo contrário. Como se isso não bastasse, ainda tem a queda do efetivo. O presidente da Adepol lembrou que o estado precisa de 205 delegados. Até o início do ano tinha o efetivo de 90 delegados, 30 deles já deveriam estar aposentados há dez anos. No último levantamento, ficou constatado que hoje tem 85 delegados para atender a demanda dos 102 municípios que tem 143 delegacias e 26 Centros Integrados de Segurança Pública. “Muitos municípios estão sem delegados e com delegacias fechadas”, confirmou o líder dos delegados de Alagoas, que tem mais de 40 anos de profissão e já deveria estar aposentado.

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