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Nº 5856
Política Lessa tem defendido que o PDT tenha protagonismo nas eleições do próximo ano

PDT e PSB costuram terceira via para eleição municipal de 2020

Entre pedetistas, nome mais forte é o do ex-governador Ronaldo Lessa; JHC seria opção do PSB

Por Marcos Rodrigues | Edição do dia 21/12/2019 - Matéria atualizada em 21/12/2019 às 06h00

A construção de uma terceira via política, de centro esquerda, alternativa aos candidatos do governo Renan Filho (MDB) e do prefeito Rui Palmeira (PSDB), pode contar com uma aliança na capital, entre o PDT e o PSB. As bases para a costura desse acordo se dão em Brasília com “peixes grandes” de ambas as siglas. Na legenda “brizolista”, o nome mais forte é o do ex-deputado federal e ex-governador Ronaldo Lessa. Mas o seu time tem ainda a ex-prefeita Kátia Born e o ex-prefeito Corintho Campelo da Paz. Fontes do partido garantem que de uma forma ou de outra, no momento, há intenção de se construir uma candidatura própria. Ou seja, encabeçando a chapa. Do lado socialista, o nome forte é o de João Henrique Caldas (JHC). Entretanto, como criou uma barreira com socialistas históricos, a exemplo da própria Kátia, não deve aceitar, por livre e espontânea vontade, ser vice, por exemplo de Lessa. Com a ex-prefeita, mais difícil ainda já que ao assumir o PSB acabou “tirando” do comando de suas mãos. Caso as conversas não prosperem, o PDT segue o seu caminho assim como o PSB. O problema é que o partido tem proximidade com o tucano Rodrigo Cunha (PSDB), mas JHC não tem o apoio de Rui. Tanto que seu olhar, no momento, é para fortalecer o vereador Eduardo Canuto (PSDB).

LEMBRADO

Em Brasília, entretanto, durante a semana, quando presidia a sessão de segunda-feira, à tarde, na Câmara dos Deputados, o deputado federal JHC chegou a ser chamado de prefeito pelo menos três vezes por um dos colegas no plenário ao fazer deferência ao seu comando naquele momento.Se neste momento JHC não tem a simpatia de Rui, vale lembrar que ambos se enfrentaram no último pleito. Naquele ano, com muita capilaridade na capital, ainda sob o reflexo da votação expressiva que teve para deputado, ele conquistou o 3° lugar, mas se aproximando no 2° colocado, o ex-prefeito Cícero Almeida. Ronaldo, por sua vez, caso aceite o desafio de recomeçar sua vida política, justamente como prefeito, tem leve vantagem por causa do trânsito político. Nos últimos anos, esteve com o PDT, tanto na gestão municipal como no governo do Estado, onde chegou até a ser secretário de Agricultura.Esse, inclusive, foi seu último gesto dentro do governo Renan Filho. Sem dinheiro, sem o apoio político esperado, deixou o grupo. Antes, porém, já havia saído depois de romper com Rui e se juntar ao grupo calheirista.

INDEPENDENTE

Agora, a situação é seguinte: está independente dos dois podendo articular-se ou articular um novo caminho. Porém, por conhecer a realidade da política alagoana sabe que apenas discurso e empatia não conquistam votos: precisa-se de dinheiro. Por isso, os defensores de seu nome tentam reverter essa visão considerada superada, já que a realidade de uso das redes sociais, pode vir a surpreender mais uma vez. Ronaldo tem defendido que as discussões internas prosperem e possam criar possibilidades. Generaliza quando perguntado, mas defende que o PDT tenha protagonismo. Outro detalhe que não pode ser esquecido é que Ronaldo, Judson Cabral (PDT) e a ex-vereadora e ex-senadora Heloísa Helena (Rede), foram vistos em conversa recente. Pouco tempo depois, tanto ela quanto ele publicaram fotos da época em que andavam juntos fazendo a campanha vitoriosa para a prefeitura. Mesmo assim, existem alternativas para a construção de um nome de vice. Um exemplo é o do ex-vereador e ex-deputado Pastor João Luiz. Ele próprio, conforme algumas pessoas próximas, diz que não foi procurado por ninguém “mas que tem proximidade” com Ronaldo. Para o pedetista, seria fundamental esse apoio, já que o aproximaria do eleitorado conservador, ao mesmo tempo em que abriria mais uma frente para chegar até a periferia da capital. Quanto ao Pastor, mesmo tendo tido o seu mandato de deputado cassado, não teria ficado com nenhuma “sequela” jurídica que o impeça de entrar na disputa. Além disso, outra coisa importante é que, depois de cinco mandatos como vereador, João Luiz não quer mais disputa para o parlamento municipal. Mesmo tendo disputado eleição para deputado, nunca escondeu que gostaria de ser prefeito. Sendo assim, numa eventual aliança com o PDT, caso em dois anos Ronaldo viesse a disputar o Senado Federal ou a Câmara Federal, obtendo vitória, João completaria a missão e se pavimentasse o caminho, quem sabe sairia candidato à reeleição? Enquanto tudo isso fica no plano das especulações, por fora desse debate nacional, o ex-prefeito Corintho Campelo está convicto de que tem estabelecido contatos e vem construindo o seu próprio espaço. Já são dezenas de reuniões nas mais diversas comunidades, com grupos de intelectuais, profissionais liberais e simpatizantes. Corintho, que foi prefeito biônico de Maceió, lembra que sempre foi PDT, seguidor de Brizola e mantém a disposição para trabalhar. Ele, por exemplo, é um dos que confirmam que o partido terá candidatura própria. Por isso, trabalha de forma incansável o próprio nome.

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